13.6.2023 –
A empresa já foi uma referência no setor energético e tecnológico, mas agora está praticamente parada. Há quatro anos que regista prejuízos e a produção caiu para metade.
Foi publicada a resolução do conselho de ministros no Diário da República, esta terça-feira, que determina a venda da Efacec ao fundo alemão Mutares. Mas o processo está ainda longe de ficar concluído. Falta a luz verde de Bruxelas. Até lá, o Estado continua a injetar na empresa mais de 10 milhões de euros por mês.
O Governo não revela o valor da venda, mas garante apenas que a proposta da Mutares Ibéria é a que apresenta maior mérito. O que não quer necessariamente dizer que o fundo alemão é o que está disposto a pagar mais pela Efacec.
O que seduziu, quer a equipa da Parpública, quer depois o Governo, foi o projeto industrial e o projeto tecnológico que a Mutares identifica para a Efacec”, afirmou António Costa Silva, ministro da Economia.
A idoneidade do comprador, os objetivos para a empresa e a capacidade de devolver dinheiro ao Estado terão sido os principais fatores a ter em conta para a escolha do novo dono da Efacec.
Efacec… até agora
A empresa já foi uma referência no setor energético e tecnológico, mas agora está praticamente parada. Há quatro anos que regista prejuízos e a produção caiu para metade.
Só consegue pagar os salários dos dois mil trabalhadores graças ao dinheiro que o Estado mete na empresa.
Já lá vão 217 milhões de euros, entre injeções de capital e garantias e não vai ficar por aqui. Até que a empresa seja oficialmente vendida, o Estado terá de continuar a colocar mais de 10 milhões de euros por mês para garantir a sobrevivência da Efacec.
O Governo quer concluir o processo ainda este verão, mas tudo depende da negociação da dívida aos bancos e do aval de Bruxelas, que tem de dar luz verde ao negócio.
A primeira tentativa de venda, em 2021, falhou precisamente porque a Comissão Europeia considerou que estava em causa um auxílio de Estado. Para ficar com a Efacec, a DST, empresa de Braga, pedia um empréstimo de 100 milhões de euros com garantia pública.
Bruxelas entendeu que essa ajuda violava as leis da concorrência e o negócio caiu.
Portanto, também agora, continua tudo em aberto. Os contornos desta operação de venda não são conhecidos.
Sabe-se apenas que o negócio prevê que o Estado recupere o investimento feito na Efacec desde que foi nacionalizada em 2020, mas isso pode demorar três a cinco anos.
SIC Notícias