Cerca de 2,7 por cento da população portuguesa com 18 ou mais anos está infetada por “chlamydia trachomatis” e 2,4 por cento tem sífilis, doenças sexualmente transmissíveis analisadas pela primeira vez no novo Inquérito Serológico Nacional (ISN), que será hoje apresentado.
Os dados constam do ISN 2015-2016, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) e que, pela primeira vez, incluiu o estudo da prevalência de Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST).
O inquérito contou com a participação de 4.866 pessoas e vem atualizar o último estudo, relativo a 2001-2002.
O ISN 2015-16 apurou uma prevalência de 2,7 por cento para a `chlamydia trachomatis` (vulgarmente conhecida como clamídia), o que “está em consonância com as estimativas europeias de prevalência para a faixa etária avaliada neste estudo (18 a 35 anos)”, segundo os autores.
A seroprevalência para a bactéria `treponema pallidum`, que causa a sífilis, foi de 2,4 por cento.
Em relação a esta IST, o inquérito observou “valores mais elevados nas idades mais avançadas, que poderão ser explicados pela elevada incidência da sífilis em Portugal nas décadas de 60 e 70 do século passado”.
Para a infeção por VIH e VHC (hepatite C) foram apuradas prevalências de 0,1 por cento e 0,3 por cento, respetivamente.
Segundo os autores, “os valores apurados corresponderão presumivelmente à prevalência de infeções não diagnosticadas na população residente em Portugal, uma vez que os critérios aplicados na seleção dos participantes do ISN excluíam os indivíduos com doença causadora de imunodeficiência e com doença hepática crónica”.
Ainda assim, estes valores revelam-se “consistentes com resultados de outros estudos nacionais”.
Fonte: Lusa
Foto: Bazuki Muhammad – Reuters