26.6.2024 –
A Dinamarca está a avançar com a primeira taxa de carbono sobre a agricultura, com os criadores de gado a serem obrigados a pagar pelas emissões de gases com efeito de estufa de cada um dos seus animais.
Após meses de negociações, com organismos comerciais e grupos ambientalistas, o governo dinamarquês acordou, na segunda-feira à noite, uma taxa efetiva de 120 coroas dinamarquesas (16 euros) por tonelada de emissões de dióxido de carbono provenientes do gado, incluindo vacas, porcos e ovelhas.
Os animais ruminantes, como as vacas e as ovelhas, não só produzem metano através do seu sistema digestivo, como também os fertilizantes presentes na erva que comem produzem gases com efeito de estufa.
Embora o dióxido de carbono receba normalmente maior atenção pelo seu papel nas alterações climáticas, o metano retém cerca de 87 vezes mais calor numa escala temporal de 20 anos, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA.
A pecuária é responsável por 11% das emissões globais, sendo que quase dois terços dessas emissões são provocadas pelas vacas.
O objetivo é reduzir, até 2030, as emissões dinamarquesas de gases com efeito de estufa em 70% em relação aos níveis de 1990, declarou o ministro da Fiscalidade, Jeppe Bruus.
A partir de 2030, os criadores de gado dinamarqueses serão tributados em 300 coroas (40 euros) por tonelada de dióxido de carbono equivalente em 2030. O imposto aumentará para 750 coroas (100 euros) em 2035.
No entanto, devido a uma dedução de 60% no imposto sobre o rendimento, o custo real por tonelada começará em 120 coroas (16 euros) e aumentará para 300 coroas em 2035.
O ano passado, a Dinamarca também ponderou criar uma taxa para tributar a produção e consumo de carne de vaca.
Euronews