14.11.2023 –
Hoje é o Dia Mundial do Diabetes
O diabetes quando não controlado pode ter grande impacto na maturação, desenvolvimento e funcionalidaddos espermatozoides, diminuindo as hipóteses de ser alcançada uma gravidez, alerta o Dr. Samuel Ribeiro, diretor do IVI Lisboa. “Fala-se muito dos riscos da diabetes na mulher grávida e no feto, mas ainda muito pouco sobre os riscos e impactos da diabetes no homem, pelo que é necessário sensibilizar para esta questão”, acrescenta o especialista em mais um Dia Mundial do Diabetes, que se assinada hoje, 14 de novembro.
De acordo com dados do Observatório Nacional da Diabetes (de 2019, 2020 e 2021), o número de diabéticos aumentou 20%, em sete anos. Portugal está no top 3 europeu em termos de prevalência, a par da Alemanha e da Espanha. Estima-se que Portugal, tenha mais de 1,1 milhões de pessoas com diabetes, e que a percentagem de pessoas não diagnosticadas possa atingir os 40%. Existem muitos fatores que podem influenciar a fertilidade masculina e a diabetes é um deles, daí a importância de prevenir e manter a doença controlada.
“Nos homens com diabetes os espermatozoides costumam envelhecer prematuramente. Isto acontece devido à alta concentração de espécies reativas de oxigénio no sistema reprodutivo, favorecendo assim o stress oxidativo, que influencia diretamente a fertilidade masculina“, afirma o especialista.
De acordo com o Dr. Samuel Ribeiro, há estudos que revelam uma diminuição na fertilidade em homens com diabetes, em particular naqueles que não têm a doença controlada. “Estas alterações observadas na estrutura do ADN dos espermatozoides manifestam-se pela diminuição da sua capacidade de fertilização, que pode levar a falhas na implantação, aborto espontâneo ou aumento do risco de alterações genéticas transmitidas aos descendentes”, explica.
“Nestes homens, a capacidade de reparação do material genético pode ficar comprometida, com maior probabilidade de o índice de fragmentação do ADN dos espermatozoides estar aumentado, mesmo quando os parâmetros de concentração e mobilidade dos espermatozoides estão dentro da normalidade“, esclarece o médico.
Além do impacto direto nos espermatozoides, a diabetes não controlada pode desencadear problemas relacionados com a função sexual e que vão afetar a fertilidade, como disfunção erétil, distúrbios da ejaculação ou hipogonadismo (diminuição dos níveis de testosterona com sinais ou sintomas associados, assim como menor de produção de espermatozoides).
Que soluções existem?
Para prevenir a diabetes, é essencial um estilo de vida saudável, bem como manter um peso adequado, fazer exercício físico regularmente e evitar o consumo de substâncias prejudiciais à saúde, como o álcool e o tabaco. Estas mudanças no estilo de vida podem ter um impacto positivo na fertilidade masculina.
“Se o homem já tiver diabetes, pode tentar controlar a doença da melhor forma, evitando uma alimentação pouco equilibrada, obesidade ou maus hábitos como tabaco, excesso de álcool ou uso de drogas. Recomendamos sempre que sigam orientações saudáveis no dia a dia e que tenham uma vida ativa“, afirma o Dr. Samuel Ribeiro.
No que diz respeito aos exames médicos, o especialista esclarece que poderá necessitar uma avaliação mais pormenorizada, caso já exista disfunção erétil. Através de um espermograma, é avaliada também a quantidade, mobilidade e morfologia dos espermatozoides. “Se houver dúvidas sobre possíveis alterações na estrutura do ADN, também é necessário realizar estudos complementares de análise genética, como o estudo do índice de fragmentação do DNA espermático, o stress oxidativo dos espermatozoides ou o estudo das microdeleções do cromossoma Y”, refere.
“Com o controlo adequado da doença, haverá menor hipótese de apresentarem fatores que produzam infertilidade, já que o estado geral destes homens costuma melhorar quando há maior controlo glicémico ou diminuição do índice de massa corporal. Mas, como sempre, recomendamos que consultem um especialista para que ele possa avaliar cada situação e fornecer uma solução personalizada e adequada a cada caso“, conclui.
O IVI nasceu em Espanha, no ano de 1990, como a primeira instituição médica especializada integralmente em Reprodução Assistida. Desde então, já ajudou mais de 250.000 crianças a nascer, graças à aplicação das mais recentes tecnologias. No início de 2017, o IVI fundiu-se com a RMA, tornando-se o maior grupo de reprodução assistida do mundo. Atualmente, possui mais de 80 clínicas e 7 centros de investigação e é líder em medicina reprodutiva.