Depois de ter sido suspenso, padre suspeito de ter assediado menor levou mil euros da paróquia

O padre de 46 anos que está a ser investigado por ter assediado um menor de idade, terá levantado mil euros poucos dias depois de ter sido afastado pelo bispo de Viseu. Comissão Fabriqueira quer o dinheiro de volta.

O padre Luís Miguel, da diocese de Viseu, que “está a ser investigado pelo Ministério Público por causa de mensagens impróprias, algumas de cariz sexual, que enviou a um menor de idade”, levantou mais de mil euros da conta da paróquia de São João de Lourosa, onde servia, pouco tempo depois de ter sido afastado pelo bispo de Viseu, D. António Luciano, conta o Jornal de Notícias.

Fonte da Comissão Fabriqueira, a que pertencem todos os bens e direitos destinados à conservação, reparação e manutenção da igre­­ja e ao exercício do culto nela, explicou ao JN que já comunicou a situação à diocese e que quer o dinheiro de volta.

O incidente já foi inclusive comunicado ao bispo de Viseu que se encarregou da situação.

“O bispo entrou em cena e é que lhe chamou a atenção. Ainda não sabemos como vai ser devolvido esse dinheiro”, acrescentou a mesmo fonte.

Outro elemento da Comissão explicou que “ele mandava e pagava-se a si próprio”. No entanto, depois de abandonar a paróquia, em meados de agosto, o padre ainda recebeu no mês seguinte o ordenado, que é transferido automaticamente, mas devolveu o dinheiro.

O jornal Correio da Manhã noticiou, no dia 13 de outubro, que um padre da Diocese de Viseu, de 46 anos, “está a ser investigado pelo Ministério Público por causa de mensagens impróprias, algumas de cariz sexual, que enviou a um menor de idade”.

No comunicado de imprensa, a Diocese de Viseu afirma que “a vontade salvífica de Deus não exclui ninguém do seu amor” e “o menor e o adulto vulnerável são uma prioridade para a sociedade e para a Igreja”.

“A Diocese de Viseu constituiu a comissão de proteção de menores e adultos vulneráveis no mês de fevereiro de 2020. A referida comissão está a trabalhar nos casos apresentados à mesma”, refere ainda o documento.

Relativamente às notícias veiculadas pela comunicação social, a nota esclarece que, “tendo em conta a privacidade, confidencialidade e autodeterminação que são devidas às vítimas, a Diocese respeitará sempre as normas civis e eclesiásticas”.

Já o padre, utilizou as redes sociais para reagir às notícias. “Apetecia-me dizer em bom português: vão chamar pedófilo à p*** que os pariu, mas sou educado, sempre fui e serei sereníssimo como a República de Veneza”, escreveu, ameaçando avançar com processos-crime “contra quem mente e calunia”.

Madremedia