06.03.2025 –
“Foi recentemente eleita a Comissão Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda da Figueira da Foz para o biénio 2024-2026. Com uma lista subscritora da moção B, a Comissão considera que o estado do concelho da Figueira da Foz é hoje, de certo modo, um reflexo do estado do País.
Na economia, é um retrato do modelo económico imposto ao país, com uma grande dependência no setor do turismo, e assente em baixos salários, emprego precário e sazonal.
Na questão ambiental, mantêm-se as tradicionais preocupações a sul do concelho e que continuam por resolver, quer seja a erosão costeira e a urgência de instalação de um sistema fixo de transposição de sedimentos, ou o problema da poluição industrial. Junta- se a estas uma renovada preocupação, à medida que a Figueira se tem tornado nos últimos tempos palco de projetos que procuram, contra a vontade das populações, a exploração intensiva e insustentável de recursos ou a fixação de projetos de duvidosa qualidade ambiental, numa tentativa muito comum de “greenwashing” de certas atividades industriais.
Na habitação, a Figueira segue a tendência de contínuo aumento de preços das rendas, assim como do preço das casas, com o preço do m2 no concelho a aumentar 56% ao longo dos últimos quatro anos. São insuficientes as iniciativas do executivo para lidar seriamente com esta questão.
Em termos de mobilidade, a questão é mais complexa. Se, por um lado, assistimos a um pequeno reforço de transportes públicos dentro da cidade, por outro assistimos a uma deterioração sistemática dos transportes públicos na periferia do concelho. Esta falha de investimento num sistema robusto de transportes públicos tem outras consequências para questões como falta de estacionamento, um problema que agora o Executivo tenta resolver à custa dos espaços públicos do Concelho e da constante tentativa de construção de parques de estacionamento em zonas que deveriam ser de fruição pública; ou ainda em que se planeia construir em altura apenas para albergar carros, intensificando a força centrípeta de acumulação de trânsito em zonas públicas.
Tudo isto requer a dinamização da estrutura local e a promoção de políticas de proximidade, pelo que a Concelhia se compromete a reforçar e a intensificar o papel do Bloco de Esquerda na Figueira da Foz, de modo a construir uma alternativa que pugne por uma transformação do tecido económico do concelho, pela luta contra a precariedade, pela proteção e planeamento ecológico do concelho, por habitação acessível, por uma rede robusta de transportes públicos, pela valorização dos espaços públicos, pela valorização da cultura local, e por tantas outras questões-chave que definem o desenvolvimento do nosso concelho.
A Comissão Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda da Figueira da Foz
Ana Teresa Lontro
Arlindo Sá Pinto
Cristina Matos
Diogo Duarte Silva
José Silva
Pedro Jorge
Sónia Silva