Coimbra – Os Verdes apresentam moção em defesa da reposição do Ramal da Lousã

O Deputado de “Os Verdes” na Assembleia Municipal de Coimbra, que integra o Grupo Municipal da CDU – Coligação Democrática Unitária, Paulo Coelho, apresentou na última sessão da Assembleia Municipal de Coimbra, de 1 de Março, uma moção defendendo a reposição dos carris, do material circulante, eletrificação do Ramal da Lousã e a integração desta via na rede ferroviária nacional.

Esta moção efetiva o compromisso assumido pelo PEV e pela CDU junto das populações de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã, na defesa do Ramal da Lousã.

A moção foi rejeitada com sete votos a favor da CDU (PCP-PEV), 14 votos contra do PS e do Movimento de Cidadãos por Coimbra (apoiado pelo BE nas autárquicas de 2013) e 24 abstenções do PSD/PPM/MPT, do CDS e alguns eleitos do PS.

Moção sobre a Reposição do Ramal da Lousã apresentada na Assembleia Municipal de Coimbra:

MOÇÃO

O Ramal da Lousã, com a extensão aproximada de 37Km, foi inaugurado em 18 de Outubro de 1855, tendo sido prolongado até à Lousã em 16 de Dezembro de 1906 e a Serpins em 10 de Agosto de 1930.

Antes de ter sido encerrado – a 4 de Janeiro de 2010 – assegurava uma forma de transporte económica, rápida, cómoda e ecológica a mais de 1 milhão de passageiros por ano que assim viram o seu acesso à educação, ao trabalho e à saúde gravemente condicionado.

Não aceitamos que:

– Os sucessivos Governos, as Câmaras Municipais de Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra e as administrações da Metro Mondego tenham decidido ou permitido a destruição da linha ferroviária da Lousã e posteriormente a tenham abandonado;
– Falsas promessas de Metro tenham servido apenas para esbanjar dinheiro público, em proveito de interesses privados;
– Após os abusos de gestão conhecidos, a Metro Mondego ainda continue a existir e a esbanjar dinheiro – só de renda da sede são 5 mil euros por mês – apesar de ter havido deliberações da Assembleia da República para a extinguir;
– Haja sucessivos estudos e que continuem a ser encomendados mais a outras entidades, servindo apenas para dar cobertura a decisões antecipadamente tomadas e para uma minoria continuar a faturar (veja-se o último estudo que considera necessários mais estudos);
– Que o estudo do LNEC venha propor uma solução rodoviária, o que contraria todos os pareceres de diversos especialistas em transportes, considerando que esta solução não será técnica nem financeiramente viável numa linha suburbana de montanha e com uma urbanização dispersa;
– Não tenha sido tomado em conta o parecer do Prof. Manuel Tão (doutorado em transportes pela universidade de Leeds) que preconiza a reposição do serviço ferroviário entre Serpins e Coimbra-Parque com uma ligação técnica a Coimbra-B, com fundamento em que esta solução pode manter a bitola ibérica, ser operada pela CP/IP com composições da própria CP, interligar com a rede ferroviária nacional, evitar a construção de um novo parque de oficinas e novas subestações e aquisição de material circulante muito caro;
– Que continuem por cumprir as resoluções 15/2011 e 18/2011 da Assembleia da República.

Ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, a Assembleia Municipal delibera recomendar à Câmara Municipal de Coimbra que interceda junto do Governo para que:

1. reponha urgentemente os carris e reintegre o Ramal da Lousã na Infraestruturas de Portugal, S.A.;
2. reponha e modernize o material circulante;
3. proceda à eletrificação do ramal;
4. promova a integração do Ramal da Lousã na rede ferroviária nacional com a respetiva interligação para pessoas e mercadorias;
5. rejeite soluções rodoviárias, ainda que elétricas e em via dedicada, por não serem adequadas a um ramal de montanha nem a mercadorias, aumentarem o tempo de viagem e diminuírem o conforto dos passageiros;
6. extinga a sociedade Metro Mondego.