Numa pergunta enviada ao Ministro da Saúde, as deputadas do CDS Isabel Galriça Neto e Ana Rita Bessa confrontaram hoje a tutela com o facto de chover dentro da USF Coimbra Centro.
As deputadas querem saber, desde logo, se o ministro tem conhecimento que chove dentro da USF Coimbra Centro, como comprova a foto anexa, e como justifica que tal aconteça num espaço que há pouco mais de três meses foi sujeito a obras.
Depois, questionam que medidas foram tomadas para resolver esta situação e assegurar aos utentes a prestação de cuidados de saúde com qualidade, se o ministro confirma que foram efetuadas todas as obras de beneficiação referidas no V/ Ofício N.: 2966, de 17 de abril de 2017, elencadas nos considerandos, e, dado o manifesto estado de degradação em que as atuais instalações se encontram, para quando está previsto o início da construção da nova unidade de saúde.
A Unidade de Saúde Familiar (USF) Coimbra Centro foi inaugurada no final do ano de 2017, nas instalações do Centro de Saúde Fernão de Magalhães.
O Grupo Parlamentar do CDS-PP recebeu fotos que comprovam que chove dentro das instalações da USF, sobretudo no espaço ocupado pela secretaria, precisamente o espaço que há pouco mais de três meses foi sujeito a obras.
Aliás, esta situação está já retratada na comunicação social local. A este propósito, o jornal digital Notícias de Coimbra dá conta de que, em Dezembro passado, a ARS Centro divulgou que «para o funcionamento da USF foram realizadas “obras de requalificação no valor de 141.519,28 euros” e foram instalados “um ‘chiler’ [máquina térmica] (22.529,91 euros)” e limpas “as condutas de ar condicionado”», num conjunto de investimentos que, de acordo com a tutela, «beneficiaram todo o centro de saúde».
Em Abril de 2017, o Grupo Parlamentar do CDS-PP questionou o Ministro da Saúde sobre a falta de condições do Centro de Saúde Fernão de Magalhães, e sobre eventuais obras a realizar naquela unidade ou a eventual construção de um novo edifício.
Na altura, uma denúncia do presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) dava conta de que o Centro de Saúde Fernão de Magalhães não tinha condições de segurança e de higiene, de que aquela unidade de saúde não possuía saídas de emergência, não tinha isolamento sonoro nem ar condicionado e o sistema elétrico estaria avariado, tendo o Centro de Saúde chegado mesmo a estar às escuras nalgumas ocasiões.
Em resposta à pergunta, o Gabinete do Ministro da Saúde, após consulta à ARS Centro, declarou reconhecer, e citamos, «que as condições de instalações do Centro de Saúde Fernão de Magalhães são deficitárias, pelo que encetou o processo de construção de uma nova unidade de saúde», prevendo entretanto «obras de beneficiação das atuais instalações», nomeadamente «redimensionamento de áreas, substituição de pavimentos, pinturas, remodelação da rede de águas e esgotos» e «substituição de todo o equipamento de climatização».
O Centro de Saúde Fernão de Magalhães abrange 28 mil utentes e funciona num edifício dos anos 50, com quatro pisos.