“Cidadão Ciberinformado” convida formandos a participar na construção de ferramenta contra desinformação

A segunda edição do Curso Cidadão Ciberinformado convida os formandos a partiparem na construção de uma ferramenta de combate à desinformação, avaliando a credibilidade de notícias.

O curso “Cidadão Ciberinformado” desenvolvido pela agência Lusa e o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) foi atualizado com um módulo que ensina a analisar uma notícia e convida os inscritos a responderem a um inquérito. O objetivo principal deste inquérito é investigar a perceção dos cidadãos sobre a credibilidade dos conteúdos noticiosos em português.

Respondendo a este inquérito, os formandos estarão a participar, de certa forma, na construção de uma ferramenta que a Lusa e o Inesc-Id estão a desenvolver, atribuindo ‘rótulos nutricionais’ à informação e assim ajudando os cidadãos no combate à desinformação.

O protótipo que está a ser desenvolvido disponibiliza a “informação nutricional” da notícia, considerando todo o seu conteúdo. Especificando informação relevante na sua composição, desde a credibilidade das fontes, a origem ou a carga emocional, subjetividade, ou através da identificação de uma polaridade marcadamente positiva ou negativa.

O Curso do Cidadão Ciberinformado, que tem agora uma segunda edição, visa estimular o espírito crítico do leitor de informação e dotar os portugueses de recursos que permitam identificar o que é informação rigorosa e o que pode ser material de desinformação.

“Damos os conceitos básicos sobre ‘clickbaits’, sobre desinformação, sobre emoção na notícia, e depois fazemos um inquérito de modo a que o maior número de utilizadores ajude a máquina. No fundo, através de ferramentas de inteligência artificial, estamos a catalogar e a anotar aquilo que o conteúdo da notícia tem”, explicou o diretor de Inovação da Lusa, Joaquim Carreira.

O responsável salientou ainda que a tecnologia, nomeadamente os mecanismos da inteligência artificial (IA), não resolve por si só o problema da desinformação e que não se deve limitar as estratégias apenas à tecnologia.

“A IA será sempre uma muleta fundamental para os jornalistas e para as organizações, de modo a que seja mais rápida a deteção de falhas na produção do conteúdo, mas não pode ser classificada como a panaceia total”, prosseguiu Joaquim Carreira.

Também para Isabel Baptista, coordenadora de projetos e inovação do CNCS, o curso “Cidadão Ciberinformado” representa a urgência de sensibilização e formação dos cidadãos para alavancar a literacia mediática.

“Este último módulo é dirigido às ferramentas de verificação da veracidade de uma notícia e da informação ‘online’. No fundo, o projeto procura restabelecer a confiança no jornalismo e saber fazer a distinção correta do que está certo e errado”, afirmou.

Isabel Baptista considera que a sociedade está mais desperta para estes assuntos e que a pandemia contribuiu para a necessidade de acreditar em fontes e em jornalismo de boa qualidade.

De acordo com Isabel Baptista, os cursos desenvolvidos pelo CNCS, em parceria com a plataforma NAU — Ensino e Formação Online para Grandes Audiências, são cursos com um grande número de participantes.

“Tanto o nosso primeiro curso, o ‘Cidadão Ciberseguro’, como o ‘Cidadão Ciberinformado’ são cursos com taxas de sucesso muito significativas, confirmando que temos vindo a conseguir sensibilizar os cidadãos”, acrescentou Isabel Baptista.

A responsável do Departamento de Desenvolvimento e Inovação do CNCS destacou a importância das noções teóricas, mas também da necessidade da parte prática, ambas adquiridas ao longo do curso.

“O módulo coloca o formando no papel de verificador. É dar ferramentas práticas para que o utilizador ‘online’ consiga fazer a distinção, quase que a cair no erro”, acrescentou.

O curso “Cidadão Ciberinformado” tem a duração de quatro horas e vai estar disponível durante três meses, a partir de terça-feira e até 31 de agosto 2021, mas já é possível fazer a inscrição, em https://www.nau.edu.pt/pt/curso/cidadao-ciberinformado/ .

No final, os participantes que responderem às atividades com 75% das respostas corretas podem descarregar um certificado de conclusão.

Lusa