Ciclo de Teatro Amador prossegue em Sanguinheira, Cadima, Pocariça, Covões, Cordinhã e Franciscas

O Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede estará de volta aos palcos no próximo fim-de-semana, naquela que será a quinta jornada da iniciativa que o Município de Cantanhede promove desde há 20 anos para fomentar a revitalização da atividade camarária de âmbito associativo e comunitário.

O programa previsto começa no sábado, 10 de Março, com a estreia do Grupo Cénico dos “Esticadinhos” no Salão Paroquial da Sanguinheira, onde irá representar A Revista vem a Cantanhede, uma adaptação de Fernando Geria. Trata-se de um espetáculo em torno do sucesso que este género teatral tem vindo a merecer pelo público local e que tem motivado o grupo a trazer a Cantanhede “A Revista”. Cenas bem divertidas, onde não falta a crítica social, a ironia, a música e sobretudo a fantasia sem limites numa noite que promete boa disposição.

Outra estreia, também no sábado, à mesma hora, é a do Novo Rumo – Grupo de Teatro de Amadores de Ançã, que irá ao salão da Junta de Freguesia de Cadima apresentar O Santo e a Porca, uma divertida comédia de Ariano Suassuna, adaptada pelo Novo Rumo. É a história de um velho avarento, devoto de Santo António, que guarda as economias de toda a vida numa porca-mealheiro. Ao receber uma carta de Eduardo Vicente, dizendo que este iria privá-lo de seu mais precioso tesouro, o avarento, fica apreensivo achando que se trata do dinheiro da porca, mas Felisberta, a empregada da casa, logo percebe que o tesouro em causa é Margarida, a filha do sovina, mas os equívocos gerados com a missiva, esses, prometem ser hilariantes.

Igualmente no sábado, às 21h30, o Grupo de Teatro, Arte e Cultura da Associação Musical da Pocariça irá interpretar a comédia Irra, que é Demais na sede da Associação Musical da Pocariça. O cenário é uma cerimónia fúnebre ativa e divertida de uma sociedade onde o cinismo, o interesse e a falsidade da maioria das pessoas irá ridicularizar os medos e os receios perante a morte. Um homem rico morre, mas recusa-se… a ser enterrado, invocando justificações várias para que tal não aconteça: suborna o médico, recusa-se a vestir, tem claustrofobia e não se despediu da esposa… Afinal, qual é a maior birra? A de um homem que se recusa a ser sepultado ou a dos outros que estavam desejosos para que isso acontecesse?

Nesse mesmo dia, e também às 21h30, o Grupo de Teatro Pedra Rija de Portunhos volta a subir a palco, desta feita no salão da Associação de Instrução e Recreio de Cordinhã, onde vai interpretar Viagem à Flor de Aldeia, opereta de Henrique Luso adaptada de uma obra representada há algumas décadas em Portunhos e que frequentemente a população pede que volte a cena. Trata-se de um espetáculo com quase um século (1927), num registo cómico, que se desenrola em torno dos amores de Rosa, a menina mais cobiçada da aldeia, e Damião, o engatatão lá do lugar. A este enredo, junta-se a paixão pela moça de Zuquinho, o maluquinho da aldeia, e as vontades dos respetivos pais na maioria das vezes contrárias às dos filhos.

Ainda no sábado, à mesma hora, o Grupo de Teatro São Pedro, de Cantanhede, apresenta-se no auditório da Filarmónica de Covões para representar Da Mouraria a Alfama, um musical que retrata as tradições dos bairros típicos de Lisboa, na primeira metade do séc. XX. Escrita por Dulce Sancho, Sónia Silva e Leonor Moura, a peça desenrola-se em torno da vida de uma família migrante originária de Ovar que se muda para Lisboa em busca de melhores condições de vida, gente simples com um quotidiano que permite mostrar o dia-a-dia das mais típicas zonas alfacinhas.

No domingo, dois grupos fazem a sua estreia no Ciclo de Teatro, designadamente o Grupo de Teatro Musical da Filarmónica de Covões e o Grupo de Teatro da Associação do Grupo Musical das Franciscas.

O Grupo de Teatro da Associação do Grupo Musical das Franciscas, estreia Vivá Revista!, um original de Dora Jesus, às 15h30 no palco da sua sede, em Franciscas, Cantanhede. A peça constituída por um conjunto de quadros satirizados da atual sociedade, seja a partir de uma figura pública ou de uma profissão estilizada, que conferem momentos bem divertidos, fazendo cumprir o ancestral princípio de que a rir se criticam os costumes.

Quanto ao Grupo de Teatro Musical da Filarmónica de Covões, este interpreta no auditório da sede da Filarmónica de Covões às 16h00 7 Vidas, o Musical, espetáculo inspirado no sobejamente conhecido musical de Andrew Lloyd Webber, numa adaptação de Ana Teresa Oliveira. A história retrata um grupo de gatos, conhecidos como Jellicle Cats, que se reúne uma vez por ano para celebrar o Jellicle Ball, ocasião em que se escolhe o felino que poderá ter uma vida melhor, renascendo. A história desenrola-se em modo de farsa com uma acutilante crítica social com cada personagem-gato a representar um estereótipo humano. A partir da meia-noite os gatos vão aparecendo para mostrar as suas habilidades numa fusão de poesia e dança para que só um seja escolhido num processo em que só conta aquilo que efetivamente valem.

 

Sobre O Cénico dos “Esticadinhos” de Cantanhede

O Rancho Regional “Os Esticadinhos” de Cantanhede, fundado em 1935, conhecido e reconhecido pelos seus pares, mesmo além-fronteiras, de modo a construir mais uma fonte onde as suas gentes pudessem beber cultura, formou em 1985 o grupo de teatro “Os Esticadinhos”. Para a sua génese em muito contribuíram Carlos Garcia, que fazia parte da direção desta coletividade desde então, e António Francisco, conhecido por todos como “Chico Carteiro”, o qual durante anos coordenou as peças de teatro (“Culpa e perdão”; “Malditas letras”; “Deus, ciência e caridade”; “Marido da minha mulher”; “Código penal”; “como se vingam as mulheres”; “Erro judicial”; “Meu marido que Deus o haja”; “Justiça ou vingança”; “Criado distraído”; “A órfã”; “Que mulheres”; “Casa de Pais”; “Cavalheiro respeitável”; “Duas causas”; “Marido de duas mulheres”; “Filho pródigo”; “Tire daí a menina”; “Filho sozinho”; “Flor da Aldeia”; “Crime de uma mulher honesta”; “Namoro engraçado”; “Rainha Santa” e “Processo de Jesus”). A peça “Processo de Jesus” foi relevante, tendo alcançado um êxito a nível de teatro amador no concelho. Participaram quatro dezenas de personagens, elementos do grupo, bem como atores dos grupos de teatro das Franciscas, Murtede, Sanguinheira e Vila Nova de Outil. Esta peça foi a palco em todas as localidades referidas e várias vezes na cidade de Cantanhede, chegando a ser apresentada na cidade de Viseu no ano de 2000.

Em 2003 foi levada a palco a peça “Inês de Castro” encenada por Dulce Sancho.

Em 2004, passou a coordenar o grupo de teatro Carlos Pacheco, o qual encenou e levou a palco as peças “Terra Prometida”, “Está lá fora o Sr. Inspetor”, “Tá tudo Maluco”, “Hotel 69”, “Inês de Castro e Rainha Santa” e “A Sr.ª Presidenta”. Todas as peças referidas são originais escritas pelo próprio Carlos Pacheco e apresentadas no Ciclo de Teatro promovido pelo Município entre os anos de 2004 a 2011.

Por ser uma vontade da Direção do Rancho Regional “Os Esticadinhos” e umas valências de grande importância para dar de beber cultura e lazer, em 2016 foi ativado o grupo de teatro do Rancho Regional “Os Esticadinhos”, do qual é responsável Fernando Geria, tendo reunido um grupo de voluntários maioritariamente “esticadinhos”, movidos pelo “bichinho do Teatro” e que de uma forma arrojada, mesmo em contratempo, decidiram retomar a participação no Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede.

Sobre o Novo Rumo – Grupo de Teatro de Amadores de Ançã

O Novo Rumo – Grupo de Teatro de Amadores de Ançã é um grupo que nasceu da vontade de muitos amantes desta arte cénica, no ano de 1983, a 28 de março. Após um início conturbado, este grupo entrou numa fase de paragem e reflexão.

Em março de 2002, por convite da Junta de Freguesia de Ançã, na pessoa do então Presidente da Junta de Freguesia Dr. Pedro Cardoso, foram convidados todos quantos já haviam participado no referido grupo, no sentido de fazer reiniciar a sua atividade.

Retomada a atividade regular, o grupo tem vindo a participar ativamente no Ciclo de Teatro do Concelho de Cantanhede e esporadicamente no Ciclo de Primavera do INATEL, registando enorme acolhimento junto do público que o tem recebido.

O Novo Rumo, apesar de muitos anos de existência, começou do zero. Não existiam peças pertencentes ao grupo, não existia qualquer tipo de material cénico (roupas ou qualquer outro tipo de adereços), não tem um espaço próprio, com disponibilidade e condições de trabalho para ensaios e apresentações e os fundos são parcos. Apenas existe muito boa vontade, esforço, entusiasmo e paixão de todos os elementos que compõem o grupo.

Porém, porque sempre foi convicção deste grupo que, criando melhores condições de trabalho e apresentação de peças, este entusiasmo poderia ser ainda maior, dinamizando o público mais jovem para este tipo de arte, foi crescendo e adquirindo equipamento que permitisse melhorar cada vez mais o produto final a apresentar ao público.

Neste momento, dispõe de equipamento de som e luz, vocacionado para este trabalho e de excelente qualidade, adquirido com esforço dos elementos, ajuda dos sócios e a comparticipação da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal.

Desde o reinício do Grupo foram já levadas a cena as seguintes peças: Hora de partir, drama; O Gato, comédia; O meu Amor é traiçoeiro, drama; Os trinta botões, comédia; O amor, comédia; Aqui há fantasmas, comédia; O céu da minha rua, farsa; Sonho de uma noite de verão, comédia.

O Grupo de Teatro “Novo Rumo”, num processo de evolução natural, sentiu necessidade de divulgar as artes cénicas e o gosto por esta forma de arte milenar junto de um público mais infantil, por considerar ser este um desafio que apesar de exigente, poderia dar muitos frutos. Por isso, desde 2006 tem vindo a apresentar peças infantis, que pelo seu sucesso os motiva a fazer mais e melhor! Tem envolvido cerca de 10 crianças por peça e tem sido apresentada localmente, em algumas localidades, escolas do concelho e Hospital Pediátrico de Coimbra, com enorme sucesso. Peças Infantis já apresentadas: Ursinho Guloso – 2007; D. Tão Parlapatão – 2008; Biscoitos de Natal – 2008.

Após um período de interregno, em outubro de 2013, o Grupo de Teatro “Novo Rumo” retomou as suas atividades e participou na 16.ª edição do Ciclo de Teatro Amador, organizado pela Câmara Municipal de Cantanhede, com a peça “Uma Bomba Chamada Etelvina”, uma comédia escrita por Henrique Santana e Ribeirinho.

 

Sobre o Grupo de Teatro do Pedra Rija de Portunhos

O teatro em Portunhos terá tido alguma expressão há cerca de seis décadas, sendo dinamizado pelo pároco local, Padre Ramiro Moreira. As atividades tinham lugar num espaço cedido por D. Antónia Moreira, sobrinha e herdeira do Conselheiro Ferreira Freire.

Entretanto, com a constituição da Fundação Ferreira Freire e mais tarde a chegada a Portunhos de animadoras sociais, foram dinamizadas diversas atividades culturais e recreativas, sendo efetuadas algumas récitas, com canções e pequenos “sketches”, no espaço antes referido e também no lagar da citada instituição, uma vez que decorriam as obras do Salão da Fundação.

Após a construção do novo salão pela Fundação Ferreira Freire, a Associação Cultural Desportiva e Recreativa “Pedra Rija de Portunhos”, fundada em 1978, passou a realizar algumas atividades nesse local. Entre elas destaca-se a receção a alguns grupos de teatro e a promoção e ensaio de um espetáculo com artistas e músicos de Portunhos, Pena, Ançã e Cantanhede, o qual teve a sua estreia na passagem de ano 1982/83, seguindo-se a sua apresentação noutras localidades.

Esta última experiência, sendo Diamantino Calhau o Presidente da Direção, deu origem ao Grupo de Teatro do Pedra Rija, que levou à cena o drama, em três atos, “Justiça ou vingança” de Gabriel da Frada. Seguiram-se as peças “A flor de aldeia” (opereta), “O doente imaginário” (Moliére), “Almas do outro mundo” (comédia em dois atos), “O mar” (Miguel Torga), “Na boca do lobo” (comédia), para além de outras pequenas peças. Já em 1993 foi preparado o texto “O passageiro do expresso” de José Rodrigues Miguéis, mas devido a dificuldades relacionadas com a vida pessoal dos atores, designadamente emprego e estudo em localidades longínquas, parou a atividade do Grupo, no entanto ficou o “bichinho”.

Com o advento dos Ciclos de Teatro de Cantanhede, foi reiniciada a atividade em 2004, sendo preparada a peça “De um caso…virá um dia, virá…”, a partir dos textos “O meu caso”, de José Régio, e “Virá um dia, virá…” de António Cabral, dando-se a estreia no início de 2005. Seguiram-se as peças “Na Barca de Mestre Gil” (Gil Vicente) de Jaime Gralheiro, “O Doido e a Morte” de Raul Brandão, “Temos tempo Matilde” de António Cabral e “A Revolta da Maria da Fonte” de Dino de Sousa, que foi apresentada em 2008. Em 2009 foi apresentada a peça “Leandro Rei da Helíria”, de Alice Vieira. Em 2010 o espetáculo “História com Reis, Curandeiros e outros que tais” foi construído a partir das peças “História com reis…” de Manuel António Pina e “Auto do Curandeiro” de António Aleixo e em 2011 “Ai, os preços!…” foi uma adaptação da obra “Os preços” de Jaime Salazar Sampaio. Em 2012 surgiu a peça “Onde me levam as minhas botas?” como adaptação da peça “Salta para o saco” de António Torrado, e em 2013 foi apresentado ”O Feiticeiro de Oz”. Finalmente em 2014, no âmbito das comemorações do trigésimo aniversário da Associação foi reposto o espetáculo “Onde me levam as minhas botas?”.

 

Sobre o Grupo de Teatro, Arte e Cultura da Associação Musical da Pocariça

O teatro na Pocariça remonta ao ano de 1895, quando começaram a ser feitas várias representações por um grupo de amadores de Coimbra. Um dos elementos deixou o grupo e decidiu organizar uma sociedade dramática, apenas constituída por amadores da Pocariça, que foi designada de Recreio Artístico. Apesar da saída de alguns membros do Recreio Artístico pouco depois da sua fundação, o agrupamento ainda subiu ao palco em fevereiro de 1896.

Em 14 de julho desse mesmo ano nasceu outro grupo de teatro amador, que foi batizado de Sociedade Dramática Pocaricense e que teve a sua estreia com a peça “Os Milagres de Santo António”.

Um novo grupo dramático foi constituído em 1909 com o objetivo específico de angariar fundos para a construção de uma casa de teatro na Pocariça. Constituído exclusivamente por elementos da localidade, este grupo exibiu as primeiras peças em abril, como a opereta intitulada “Canto Celestial” e outras peças, entre as quais um original de José Gomes Lopes, intitulado “Milagres de Amor”, o mais recordado de todos. Com a receita destas peças e com o produto de uma subscrição pública foi possível instalar um palco, camarins, vários cenários pintados e ainda pano de boca de cena.

Em abril de 1914 foi representada a última récita, uma vez que, pouco tempo depois, o prédio teve novo dono e desapareceu assim o “passatempo” de representar peças teatrais.

O Grupo Cénico da Pocariça surge já na década de 1950, sob orientação de Mário Pereira da Silva. Aí se revelaram nova vaga de atores amadores de grande vocação artística.

Para manter viva esta tradição ligada ao teatro amador, foi criado em 2000 o Grupo de Teatro, Arte e Cultura, no seio de outra coletividade de referência, a Associação Musical da Pocariça. A inspiração para este grupo está ligada ao trabalho artístico da atriz de teatro musical que conquistou fama a nível internacional, Auzenda de Oliveira, nascida na Pocariça em 1888.

O Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede, organizado pelo Município, serviu também de pretexto para trazer de volta a atividade teatral e de lhe dar um caráter sistemático e regular.

 

Sobre o Grupo de Teatro S. Pedro

Nascido do grupo Coral Litúrgico da Paróquia de Cantanhede, em 2005, com a realização dos primeiros ensaios, o Grupo de Teatro S. Pedro juntou o gosto de cantar e o gosto da representação com a dedicação à causa da Igreja local e preparou a sua primeira apresentação para a inauguração do Centro Paroquial S. Pedro, em junho de 2006.

Tratou-se de um musical intitulado “Festa na Aldeia” que contou maioritariamente com elementos do grupo litúrgico e do Grupo de Jovens de Cantanhede e cujo primeiro objetivo era angariar fundos para o referido Centro. Dada a grande aceitação por parte do público da cidade e do concelho, integrou, em 2007, o IX Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede, organizado pela Câmara Municipal.

Em 2008 participou no X Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede com o musical “J.C. Ontem, Hoje e Sempre” que reapresentou na edição anterior com os devidos ajustes. Em 2009, levou a palco “Recordar… e viver…”, no ano seguinte representou “Tributo ao passado” e em 2011 “De malas feitas”. Em 2012, participou no Ciclo de Teatro com a peça “Uma história com fado”, no ano em que o mesmo foi classificado pela UNESCO Património Imaterial da Humanidade.

Fazem parte deste grupo cerca de 25 atores, jovens e adultos e é sua orientadora Maria Dulce Sancho, autora dos textos com o grupo se apresenta, não dispensando todas as colaborações dos elementos do Grupo.

 

Sobre o Grupo de Teatro Musical da Filarmónica de Covões

 

A memória coletiva, sobretudo de transmissão oral, sustenta que a 13 de junho de 1868, “um grupo de homens liderado por Manoel Francisco Miraldo formou pela primeira vez a Banda de Covões para tocar na festa de Santo António, padroeiro da localidade.”

Pessoa distinta, bem formada e com ligações a um movimento político e a personalidades bem colocadas, Francisco Manoel Miraldo terá liderado a fundação da filarmónica mais vetusta do concelho de Cantanhede, recrutando para o efeito instrumentistas entre os rapazes de Covões e das localidades mais próximas, “jovens com a pele queimada do sol e as mãos calejadas do trabalho agrícola que se juntavam, em ambiente de convívio, para aprender música, tomar contacto com os instrumentos e treinar movimentos de marcha”.

No âmbito do trabalho desenvolvido na disciplina de canto da sua escola de música, formou-se em 2016 o Grupo de Teatro Musical de Covões, que conta já com diversas apresentações nos concelhos de Cantanhede e de Mira.

 

Sobre o Grupo de Teatro da Associação do Grupo Musical das Franciscas

Remonta a largos anos atrás o envolvimento da população das Franciscas nas atividades das artes de palco, havendo dados que referem representações de 1931 como uma atividade bem expressiva da comunidade local, que com grande brio preparava as diversas atuações públicas. Esta prática manteve-se até 1960, sensivelmente, ao que se seguiu um período menos ativo.

Mas a paragem foi meramente pontual, pois a vontade, a arte e o engenho que caracteriza as gentes das Franciscas não tardou em voltar a manifestar-se, tendo a atividade teatral sido recuperada por volta de 1970, permanecendo em plena expressão até ao ano de 2002. O Grupo de Teatro da Associação do Grupo Musical das Franciscas foi um dos pioneiros no Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede que o Município de Cantanhede iniciou em 1998.

Posteriormente, por dificuldades várias, voltou a ausentar-se em algumas edições, mas regressa agora, que está concluída grande parte das obras da sede social, com motivação acrescida e renovada dos seus corpos sociais.

Conforme referem os responsáveis, o grupo volta a aparecer em cena com pujança e vontade de fazer perdurar o legado cultural herdado de outros tempos e que se mantém com a predisposição natural da população das Franciscas para a representação teatral.