10.9.2023 –
“Nas eleições, principalmente locais, é comum os políticos usarem o velho chavão “nestas eleições contam as pessoas e não os partidos”, esta é mais uma forma de ludibriar os eleitores. Nas eleições legislativas, europeias, regionais e autárquicas votamos sempre em listas partidárias previamente validadas pelos tribunais. As únicas eleições em que votamos em pessoas são as presidenciais e por isso se revestem de condicionalismos e procedimentos diferentes das já referidas anteriormente.
Em Mira assistimos, sentimos na pele, esta realidade. Quando Raúl Almeida concorreu pelo PSD em 2021 nunca disse que não iria cumprir o mandato até ao fim. Aliás como é costume “pediu o voto” alegando sempre que nas eleições autárquicas votamos em pessoas e não em partidos. No entanto, como agora vemos, andou sempre mais preocupado com a sua sobrevivência profissional e política. Como a autarquia só a garantia até 2025 era importante procurar algo mais duradouro. Como o seu peso partidário era pequeno não conseguiu o almejado lugar elegível para as legislativas (deputado), nem conseguiu “entrar” na ABMG. Surgiu um lugar numa instituição social ao qual se agarrou com unhas e dentes para garantir a sua sobrevivência até 2028 prorrogável mais cinco anos. Parece que agora, no mais profundo calculismo político, e para garantir uma única lista, procurou ajuda partidária nos seus amigos do PSD e PS em troca de futuros favores. No que concerne ao município de Mira, obviamente que foi substituído pelo nome seguinte da lista partidária entregue no tribunal para as eleições autárquicas de 2021. Seria interessante saber qual seria o resultado nessas eleições se tivessem dito aos eleitores que estavam a votar numa pessoa, mas depois seria outra a assumir a presidência da autarquia. Mais caricata é ainda a posição do principal partido da oposição PS, a aludir com ilegalidades em todo este processo quando sabe de antemão que não existe nada de ilegal neste processo. Mais grave, no entendimento do CHEGA, é fazer uma festa de tomada de posse depauperando ainda mais o município, que já está profundamente endividado. Quando todo este processo poderia ser realizado numa simples reunião camarária. Os mirenses voltaram a ser ludibriados e enganados em todo este processo.
É bom recordar que em todas as eleições, exceto as presidências, votamos em listas partidárias. Votamos em ideologias e não em pessoas. As autárquicas não são exceção como esta situação vem demonstrar. O uso de chavões como “nestas eleições contam as pessoas e não os partidos” só favorece os partidos sistémicos PS e PSD que estão a levar Portugal aos últimos lugares dos rankings europeus, a promover a corrupção sistémica e a empobrecer a sociedade portuguesa.”
Augusto Louro Miranda (Grupo de trabalho – Concelhia de Mira) (Autarca eleito na Assembleia Municipal de Mira)