O Carnaval de Torres Vedras é Património Cultural Imaterial Nacional, depois de a candidatura ter sido aprovada pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), disse hoje fonte oficial da DGPC à agência Lusa.
De acordo com a fonte da DGPC, o processo de inscrição do Carnaval de Torres Vedras no inventário do Património Cultural Imaterial Nacional está concluído, depois da candidatura apresentada em 2016, e vai ser remetido para publicação em Diário da República.
Em nota de imprensa, a Câmara de Torres Vedras informou também que, na sexta-feira, foi notificada pela DGPC de que “aprovou o pedido de registo do evento no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial”.
Para a autarquia, o anúncio destaca a “importância de que se reveste esta manifestação do património cultural imaterial enquanto reflexo da identidade da comunidade envolvente e os processos sociais e culturais nos quais teve origem e se desenvolveu a manifestação do património cultural imaterial na contemporaneidade”.
Em 2016, a Câmara de Torres Vedras, no distrito de Lisboa, entregou à DGPC o dossiê de candidatura do seu Carnaval a Património Nacional Imaterial, o primeiro passo para vir a ser reconhecido como Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês).
São características do Carnaval de Torres Vedras o facto de dois homens locais desempenharem os papéis de Rei e Rainha, a existência de uma “dinastia” dos títulos dos reis, as ‘matrafonas’ (homens com roupas e acessórios habitualmente usados por mulheres) e as celebrações da chegada e entronização dos reis.
O Carnaval de Torres Vedras, que em 2023 comemora o seu centenário, insere-se nas tradições do Entrudo português, cujas raízes remontam às festas pagãs relacionadas com as festas de inverno e com os cultos de fertilidade e da abundância no início da primavera, incluídos pelo Cristianismo no calendário litúrgico.