Cantanhedense de 33 anos morto com tiro na cabeça no estado de New Jersey

Um português de 33 anos foi morto com um tiro na cabeça na madrugada de domingo no bairro de Ironbound, no estado norte-americano de New Jersey, enquanto caminhava para casa, disse à Lusa um amigo da vítima.

O homem, natural de Cantanhede, saiu no sábado à noite para ir a um bar e já na madrugada de domingo, quando se encontrava a caminhar de regresso a casa, terá sido abordado na rua, onde acabou baleado na cabeça.

“Por volta das 03:00 da manhã, saiu do bar e ia a caminhar para casa, quando foi abordado por um carro, que não se sabe se tinha um ou mais ocupantes. Depois um colega meu que estava a fechar o bar ouviu dois tiros e um carro a arrancar com as luzes apagadas. Posteriormente, esse meu colega passou de carro pelo local” e viu que era o amigo “que estava no chão e que tinha levado um tiro na cabeça”, contou à Lusa Alexandre Brás, amigo da vítima.

O português vivia na cidade Newark, em New Jersey, desde 2014, e trabalhava na construção civil. Não tinha qualquer familiar na região.

“Tudo indica que tenha sido uma tentativa de assalto, mas não tinha nada de valor com ele, só o telefone e as chaves de casa, porque se tinha esquecido da carteira no bar. Mataram-no mesmo sem ele ter nada com ele”, lamentou Alexandre Brás.

Os amigos do português vão encontrar-se com a polícia responsável pela investigação na quarta-feira, quando esperam receber mais informações sobre o caso, salientando que “há muita especulação até ao momento”.

“Estamos agora à espera que seja feita a autópsia”, disse a mesma fonte, referindo que o amigo “foi vítima de violência, há uma investigação policial em andamento, e o processo estará a demorar um pouco mais por causa disso mesmo”.

“Sei que a autópsia deverá acontecer ainda hoje ou na quarta-feira, e só depois é que poderemos tirar a certidão de óbito e entregá-la ao Consulado português, que deverá ajudar-nos a tratar das burocracias para levar o corpo para Portugal”, disse Alexandre Brás.

Nesse sentido, Alexandre Brás e outro amigo lançaram uma angariação de fundos para ajudar a família do amigo com as despesas do funeral.

“Esta angariação de fundos visa as despesas que possam surgir, porque a família não tem muitas posses, o pai faleceu há pouco tempo, e a mãe e irmã não têm dinheiro para suportar estas despesas, por isso estamos a fazer o máximo que conseguimos”, disse Alexandre, apelando à doação, que está a divulgada na sua página na rede social Facebook.

Questionado sobre a violência na zona de Newark, que abriga uma grande comunidade portuguesa, Alexandre Brás afirmou que os “assaltantes têm-se deslocado de outras áreas geográficas para praticar os crimes onde estão os emigrantes”.

“Não sei se por causa da inflação ou da pandemia, mas a criminalidade tem aumentado muito nos últimos tempos”, observou.

Lusa