Está a decorrer desde o passado dia 13 e irá até 6 de Novembro…
A exposição está patente no átrio do Edifício de Ambulatório do IPO de Coimbra, com acesso reservado, respeitando-se, deste modo, as condições de segurança recomendadas pela Direção Geral de Saúde.
Este projeto, segundo a sua autora, Ana Bee, é:”Uma reflexão de empatia sobre as marcas de uma batalha, sendo uma evolução do Sweet December Project @sweetdecemberproject, lançado em dezembro de 2017, no Instagram. Este conjunto de auto-retratos serviu como catarse para ultrapassar medos e ansiedades decorrentes do diagnóstico oncológico, ajudando a aceitar todas as alterações que este imputou à minha vida. Estender este projeto a outros doentes oncológicos em particular e ao público em geral decorreu do dever cívico que sentia para com todas as pessoas que como eu sofriam em silêncio.
Pretende-se retirar o estigma associado a esta doença, fazendo com que as fotografias comuniquem ao mundo a realidade de um doente oncológico. O conjunto de fotografias espelha igualmente a aceitação dos dias em que só conseguimos ver a escuridão à nossa volta. Escuridão essa que nos absorve a energia ao ponto de nos anular enquanto seres vivos, mas cabe a cada um de nós optar por ascender através da luz da esperança que brilha dentro de todos nós e equilibrar a nossa vida ao aceitar que a escuridão existe, mas podemos optar por virar o nosso olhar para o lado iluminado da vida, o lado mais leve e deixar a sombra para trás.
A iluminação presente nas fotografias pretende acentuar a conceção de que o equilíbrio só existe na presença de opostos, uma vez que não pode existir luz sem sombra, amor sem ódio nem vida sem morte. Compreender esta dualidade é o que nos capacita para aceitar qualquer transformação da nossa realidade. Somos todos seres humanos perfeitamente imperfeitos, só precisamos aceitar as nossas diferenças pois são elas que nos concedem a identidade e nos diferem dos demais.
A fotografia é uma ferramenta muito poderosa de comunicação que nos permite atuar sobre o observador de uma forma ativa, pois estimula a sua condição humana ao ver retratado de uma forma crua e sem preconceitos a vida de alguém, vida essa que nos catapulta de volta para as nossas vidas direta ou indiretamente e nos faz questionar “E SE FOSSE COMIGO?”
Foi precisamente após tornar o projeto inicial público que comecei a ter a noção do poder comunicativo que cada fotografia encerrava, poder esse com capacidade para mudar a vida de alguém. E foi assim que comecei a recolher fotografias de outras pessoas para que também elas conseguissem ver que a sua beleza não está no exterior, mas sim na confiança e amor que nos sustenta e que nos apresenta ao mundo mesmo antes de dizer quem somos. A fotografia tornou-se assim uma ferramenta no crescimento pós-traumático das pessoas retratadas”.
No conjunto fotográfico do Sweet October Project estão retratadas 15 pessoas que partilham o mesmo diagnóstico – cancro da mama.
A par das fotografias está associado um exercício de empatia escrito por um artista português convidado. Este movimento de empatia, iniciado pelos 15 artistas (Alice Vieira; António Bizarro; Dirty Coal Train – Beatriz Rodrigues e Ricardo Ramos; Joana Barrios; João Gil; Jorge Palma; José Cid; Legendary Tigerman – Paulo Furtado; Lena d’Água; Moonspell – Fernando Ribeiro; Olavo Bilac; Rita Redshoes; Samuel Úria; Suzi Silva; Virgem Suta – Jorge Benvinda e Nuno Figueiredo) deu o mote para o público em geral seguir os seus exemplos. Assim, foi lançado na página oficial do projeto, o movimento de empatia que desafia todas as pessoas que sintam poder contribuir para esta causa a realizar o seu próprio exercício de empatia.