“Caminho Sinodal” alemão fora do caminho? FORA DO CAMINHO? (António da Cunha Justo)

“Os Críticos do Caminho Alemão mobilizaram o Papa

A declaração do Vaticano, de 21 de julho, avisa que a Igreja na Alemanha não pode adoptar novas formas de governo ou mudar a doutrina e a moral, porque isso constituiria uma ameaça à unidade da Igreja.

O Caminho Alemão, lançado em 2019, procura reformas da Igreja Católica no uso do poder, na moral sexual, na posição das mulheres e no celibato obrigatório para os padres, quer a bênção dos casais homossexuais, o diaconado para as mulheres e quer também ter uma palavra a dizer na nomeação dos bispos.

O Papa já tinha dito que na Alemanha já temos uma Igreja Protestante, “não precisamos de duas”.O Vaticano não quer ver reservado um caminho especial para os alemães; estes devem contribuir com as suas próprias ideias. Os alemães estão demasiadamente preocupados com as estruturas e não o suficiente com a proclamação activa da fé. A crise da Igreja é uma crise de fé e não apenas uma crise de credibilidade.

O documento condiciona mudanças só a partir de uma aceitação da igreja universal (Sínodo da sinodalidade): “Não seria admissível introduzir novas estruturas ou doutrinas oficiais nas dioceses antes de ter sido alcançado um acordo a nível da Igreja universal” …. Este parágrafo apesar da sua intenção conciliadora causará bastante discussão atendendo à qualidade da Igreja como Depósito da Fé ((Dei Verbum 7 e não submetida a acordos) e por outro lado corresponde aos artigos 91 e 92 do Catecismo da Igreja Católica (baseada no sacerdócio comum do povo de Deus).

Segue a tradução da Declaração da Santa Sé:

“A fim de salvaguardar a liberdade do Povo de Deus e o exercício do ministério episcopal, parece ser necessário esclarecer: A “Via Sinodal” na Alemanha não tem autoridade para obrigar os bispos e os fiéis a adoptar novas formas de governo e novas orientações de doutrina e moral.

Não seria admissível introduzir novas estruturas ou doutrinas oficiais nas dioceses antes de ter sido alcançado um acordo a nível da Igreja universal, o que constituiria uma violação da comunhão eclesial e uma ameaça à unidade da Igreja. Neste sentido, o Santo Padre recordou na sua carta ao povo peregrino de Deus na Alemanha: “A Igreja universal vive nas e das Igrejas particulares, tal como as Igrejas particulares vivem e florescem na e da Igreja universal; se fossem separadas da Igreja universal, enfraqueceriam, pereceriam e morreriam. Daí a necessidade de manter sempre viva e eficaz a comunhão com todo o corpo da Igreja”[1]. Portanto, espera-se que as propostas do Caminho das Igrejas Particulares na Alemanha fluam para o caminho sinodal a ser seguido pela Igreja universal, para enriquecimento mútuo e um testemunho dessa unidade com que o corpo da Igreja manifesta a sua fidelidade a Cristo Senhor.” Texto original em nota (1)”

António da Cunha Duarte Justo