O Ministério da Saúde teme que nas próximas semanas o número de mortos diários passe dos quase 2000 destes dias para mais de 3000.
O Brasil continua a bater recordes diários de casos e mortes por Covid-19 e já é considerado um viveiro de novas variantes do vírus.
A Organização Mundial de Saúde alertou para a situação “muito séria” num país na contramão do mundo e que pode, assinala, “afetar os vizinhos sul-americanos”.
Segundo reportagem do jornal Valor, o Ministério da Saúde teme que nas próximas semanas o número de mortos diários passe dos quase 2000 destes dias para mais de 3000.
Sendo que em todas as capitais estaduais as taxas de ocupação de leitos supera os 60% e em cerca de um terço delas já passa dos 90%.
Governadores estaduais usam palavras como “caos”, “pânico” e “colapso” para descrever as situações nos hospitais e nos cemitérios dos seus estados e aumentam as restrições à abertura do comércio, à circulação de pessoas. É assim em São Paulo e grande parte de Minas Gerais, os dois estados mais populosos, e noutros pontos do país.
Perante a situação, o presidente Jair Bolsonaro, que ao longo da pandemia negou a sua importância, estimulou ajuntamentos, criticou o uso de máscaras, promoveu remédios sem eficácia e atrapalhou a compra de vacinas, pergunta aos brasileiros até quando eles vão continuar a chorar e a acovardar-se em lockdowns.
Bolsonaro pondera uma comunicação ao país, tendo reservado quatro minutos de emissão a cada dia da última semana, mas à última hora vai adiando o melhor momento para essa comunicação, com receito de represálias em forma de panelaços – protestos ruidosos às janelas contra os governantes comuns no Brasil e na América do Sul.
João Almeida Moreira / TSF