Boris Johnson apanhado a beber vinho em convívio com 18 pessoas durante o confinamento de maio de 2020

O primeiro-ministro britânico está a braços com uma nova polémica. Depois das festas de natal em Downing Street, o jornal The Guardian divulgou uma fotografia de Boris Johnson com a mulher e 17 membros do staff a beber vinho e a comer queijo no jardim em maio de 2020, quando o Reino Unido estava sob apertadas medidas de confinamento. Porta-voz de Johnson diz que foi uma reunião de trabalho.

O The Guardian divulgou no domingo uma fotografia do primeiro-ministro britânico Boris Johnson sentado ao lado da mulher, junto a uma mesa com queijos e vinho, no jardim de Downing Street, acompanhados por mais 17 membros do staff. O problema? A data da fotografia: 15 de maio de 2020.

A imagem data de um período em que o Reino Unido vivia um confinamento duro, com regras apertadas, em que era recomendada uma distância de dois metros de segurança entre pessoas que não eram do mesmo agregado familiar e nos locais de trabalho a orientação era para que as reuniões presenciais só devessem ocorrer se “absolutamente necessárias”. No entanto, a foto mostra todo um grupo de pessoas, ligadas ao governo, num convívio descontraído, sem máscaras ou distanciamento social.

Num primeiro momento em que a notícia foi divulgada pelo jornal britânico, ainda sem imagem, Downing Street reagiu afirmando que se tratava de uma “reunião de trabalho”. Depois de divulgada a fotografia, o porta-voz de Boris Johnson reafirmou o argumento e disse que a equipa esteve a trabalhar no jardim à tarde e à noite.

Curiosamente, nesse mesmo dia, Matt Hancock, ministro da Saúde, na altura, deu uma conferência de imprensa às cinco da tarde em que pediu que as pessoas não aproveitassem o bom tempo para socializar em grupos.

A polémica surge num período delicado para Johnson, que ainda não se livrou do escândalo das três festas de Natal de funcionários públicos em 2020, numa altura em que Londres estava sob confinamento e  as festas sociais em espaços fechados proibidas. Uma das quais aconteceu a 18 de dezembro de 2020 e, segundo a imprensa britânica, contou com, pelo menos, 50 membros do gabinete de Johnson e teve direito a comida, bebida e jogos.

A notícia, inicialmente avançada pelo tablóide Daily Mirror no início de dezembro, foi, entretanto, repetida por outros meios de comunicação britânicos, que adiantaram detalhes como a participação de dezenas de pessoas que consumiram álcool e fizeram jogos nessas mesmas festas.

Era suposto que na última semana tivessem sido divulgadas informações que explicassem aquilo que realmente aconteceu há um ano, mas Simon Case, chefe dos serviços civis no Reino Unido, que liderava a investigação, acabou por se demitir depois de fontes citadas pelo The Independente e Político assegurarem que Case esteve presente numa das celebrações e consumiu bebidas juntamente com os restantes funcionários presentes.

A somar às polémicas há ainda a derrota que o Partido Conservador do primeiro-ministro britânico sofreu na quinta-feira, uma derrota significativa e surpreendente numa eleição parlamentar, vista como um referendo ao Governo de Boris Johnson após semanas marcadas por polémicas e pelo agravamento da crise pandémica no país.

Madremedia