O Serviço de Obstetrícia da unidade hospitalar não recebe doentes “no período entre as 09h00 de dia 21 de maio e as 09h00 do dia 23 de maio”.
A ausência de três médicos especialistas, devido a infeção pelo vírus que provoca a Covid-19, está a condicionar o Serviço de Obstetrícia do hospital de Leiria, levando o CODU do Sul a reencaminhar doentes para outras unidades.
Segundo uma informação a que a agência Lusa teve acesso, o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Sul informou os corpos de bombeiros e o Instituto Nacional de Emergência Médica de que “o hospital de Leiria se encontra com constrangimentos no Serviço de Obstetrícia, não sendo possível receber doentes no período entre as 09h00 de dia 21 de maio e as 09h00 do dia 23 de maio”.
Em resposta à Lusa, o Centro Hospitalar de Leiria (CHL), que integra o Hospital de Santo André, em Leiria, esclarece que, “na Urgência Ginecológica/Obstétrica está assegurada a escala médica e a resposta completa até às 09h00 de amanhã [domingo], dia 22 de maio”.
O CHL explicou que o “constrangimento verificado prende-se com o facto de três médicos especialistas do Serviço de Ginecologia/Obstetrícia terem testado positivo à Covid-19, o que resultou numa falha imprevista na escala médica, que está a ser ajustada”.
“Estão a ser efetuados todos os esforços no sentido de reformular e completar a escala médica das 09h00 de amanhã até às 09h00 do dia 23 de maio, faltando apenas garantir um médico em três necessários, contando que esta situação fique resolvida até ao final do dia de hoje”, informou.
A Direção-Geral da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) referiram esta sexta-feira que a percentagem de testes positivos, entre 10 e 16 de maio, foi de 50,4%, com tendência crescente, tendo-se registado um aumento do número de despistes do coronavírus SARS-CoV-2 que passou de cerca de 265 mil para mais de 355 mil.
“Observou-se uma tendência crescente da incidência cumulativa a sete dias por 100 mil habitantes em todos os grupos etários”, refere o documento, que adianta que a faixa entre os 10 aos 19 anos de idade foi a que apresentou este indicador mais elevado, com 1992 casos.
Para este aumento da incidência “poderão ter contribuído fatores que incluem a redução da adesão a medidas não farmacológicas, o período de festividades e o considerável aumento de circulação de variantes com maior potencial de transmissão”, considera o relatório.
Quanto às linhagens da variante Ómicron, o INSA e a DGS estimam que a BA.5, que tem mutações adicionais com impacto na entrada do vírus nas células humanas e ou na sua capacidade de evadir a resposta imunitária, seja dominante em Portugal, sendo responsável por 63,6% das infeções, devendo atingir uma frequência de cerca de 80% já no domingo.
“O aumento da incidência pode continuar a contribuir para uma maior procura de cuidados de saúde e o aumento da mortalidade, em especial nos grupos mais vulneráveis”, alertam a DGS e a INSA, que aconselham a ser mantida a vigilância da situação epidemiológica da Covid-19 e recomendam “fortemente o reforço das medidas de proteção individual e a vacinação de reforço”.
TSF/Lusa