António Canteiro inspira-se na Gândara para escrever os seus livros…

O premiado escritor gandarês foi um dos nomes homenageados a 25 de Julho, por um concelho de Cantanhede que insiste em dar o devido reconhecimento aos seus cidadãos.

João Carlos Costa da Cruz ou, como é mais conhecido, António Canteiro, é de São Caetano, mas reside na Freguesia de Febres. É, essencialmente, na sua Gândara que muitas das histórias que ouviu ou idealizou, acabaram por transformar-se em romances premiados e aclamados nos mais variados pontos de Portugal. Porque a sua obra possui características marcadamente regionais e locais e porque é uma escrita leve e solta, facilmente absorvida por quem lê as suas páginas, Canteiro tornou-se num dos nomes mais marcantes desta geração de escritores de uma região da Gândara, aprazível, simpática e até, porque não, nostálgica…

Assim, no Dia do Município de Cantanhede – 25 de Julho – o autor recebeu o Reconhecimento de Mérito Cultural do concelho que o viu nascer. Convidado pela autarquia para estar presente e receber tal distinção, António Canteiro  assumiu ter ficado “muito feliz por esta honra” garantindo, entretanto ao Jornal Mira Online, que aquele ato não significou “o término da minha carreira… bem pelo contrário, foi uma enorme motivação para continuar a escrever, a dar aconhecer a quem me lê, um “mundo” que sou capaz de vivenciar”.

Aproveitando o Verão para recarregar baterias e delinear os primeiros sentidos que o levarão a escrever a próxima obra, o autor acredita que “ler, ler e ler, é o segredo para não faltar imaginação e poder começar a escrever um novo romance lá pelo Inverno, que considero ser a época ideal para “criar” uma obra”. 

Convicto de que “a criação tem de ser a seu tempo e no momento correto, sem ser forçada” o autor diz “estar fora de causa” assumir compromissos de escrever “um livro de “x” em “x” tempo”, pois a criação literária requer momentos para as mais diversas atividades, tais como, “escrever, fazer uma revisão, deixar “apurar” o que se escreveu e continuar a escrever e fazer revisões até que sintamos que, aí sim, o livro está, finalmente, encerrado… e isso não se faz com “timings” que não são os verdadeiramente nossos!”

Tendo a distinção devidamente guardada numa vitrine, em casa, António Canteiro não deixa de, entretanto, pedir “sempre algo mais para a cultura de Cantanhede”. Reconhecendo que “atualmente, é feito bastante pela nossa cultura”, nem por isso deixa de realçar que “existe imenso por ser feito nessa área pois, a cultura nunca satisfaz um escritor, um músico, um pintor, um escultor ou qualquer outro artista, em pleno… há sempre algo mais por fazer, para ser gerado!”.

Por fim, o autor endereçou palavras de “agradecimento ao município” por ter sido “contemplado com tamanha honraria”, deixando votos a todos que “em algum momento, em algum dia, possam ter a mesma felicidade que tive, recebendo o “Mérito” como pude receber”.

Jornal Mira Online