Zika declarado ameaça de saúde pública mundial

A directora-geral da OMS defende uma resposta coordenada ao vírus mas, para já, não haverá restrições a viagens e a trocas comerciais com países onde o zika está presente.

O vírus zika foi declarado uma emergência global, anuncia a Organização Mundial de Saúde (OMS).

A directora-geral da OMS, Margaret Chan, disse aos jornalistas, em Genebra, que é preciso uma resposta coordenada a esta ameaça mas, para já, não haverá restrições a viagens e a trocas comerciais com países onde o vírus está presente.

A designação de emergência global foi recomenda, esta segunda-feira, por um comité de peritos independentes àquela organização das Nações Unidas.

A decisão de considerar que o vírus zika é uma ameaça à saúde pública mundial deverá ajudar a acelerar a respostas à doença e incentivar a investigação.

Na semana passada, a OMS já tinha alertado que o zika se está a propagar de forma “explosiva” e que pode infectar quatro milhões de pessoas no continente americano.

O Brasil é o país mais afectado. A Presidente Dilma Rousseff já declarou guerra ao mosquito responsável pela transmissão do vírus.

Há suspeitas de que o zika, quando contraído por mulheres grávidas, pode causar microcefalia em bebés, malformação que no cérebro que pode causar deficiências mentais e até a morte dos recém-nascidos.

As preocupações com o zika aumentaram no ano passado, depois de o Ministério da Saúde do Brasil começar a investigar se o aumento dos casos de microcefalia no país foi provocado pelo transmissão do vírus durante a gestação.

Um boletim divulgado na semana passada pelo Ministério da Saúde do Brasil confirmou que 270 crianças nasceram com microcefalia por infecção congénita, mas isso não significa necessariamente que o problema foi causado pelo vírus. Decorrem ainda investigações a mais 3.448 casos suspeitos.

Em Portugal há seis casos confirmados de infecção pelo vírus zika, mas os pacientes contraíram a doença no estrangeiro.