XVII Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede com espetáculos em Pocariça, Casal (Cadima) e Franciscas

O Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede de 2015 começa no próximo fim de semana com três espetáculos que dão expressão ao programa de revitalização da atividade teatral que a Câmara Municipal tem vindo a promover desde há 17 edições consecutivas com o envolvimento das entidades associativas com atividade nesta área. O Grupo de Teatro, Arte e Cultura da Associação Musical da Pocariça inicia a sua participação no evento, sábado, 7 de Fevereiro, às 21:30 horas, com a peça Lembranças de Dois Conterrâneos, uma viagem pelas memórias da vida cultural e artística da Pocariça, a partir de quadros alegóricos construídos com uma narrativa que tem na base a conversa de dois insignes pocaricenses.

Também no sábado, igualmente às 21:30 horas, o Grupo de Teatro da ACDC – Associação Cultural e Desportiva do Casal (Freguesia de Cadima) apresenta na sua sede três comédias de costumes escritas por Manuel da Silva Barreto, autor local responsável pela maioria dos textos encenados pela secção de teatro do ACDC. Projeto Industrial de dois Palhaços conta a história de dois palhaços desempregados devido à falta de crianças e à falta de dinheiro das famílias para as levar ao circo e que se vêm obrigados a ser empreendedores com um projeto industrial num setor que manifestamente desconhecem. Geração de Viúvas tem a sua ação centrada na tentativa de três mulheres desamparadas pela morte dos maridos — uma jovem, a mãe e a avó — em encontrarem parceiros que de algum modo devolvam a alegria à casa onde vivem conjuntamente, processo que acaba por gerar vários equívocos que no entanto acabam em ambiente de esperançosa felicidade. Finalmente, Vamos Cortar na Casaca – Versão 2015 é uma rábula em que Manuel da Silva Barreto se serve da figura do Zé Povinho e da mulher a debitarem quadras de uma espiritualidade mordaz sobre a atual situação política e social do país.

Também constituído por três peças é o espetáculo que o Grupo de Teatro da Associação do Grupo Musical das Franciscas leva ao palco da sua sede, no domingo, 8 de Fevereiro, às 15:30 horas. Em Qual das Duas, uma senhora solteira cria uma sobrinha que ao atingir a maioridade foi ter com os pais à América e que de visita à sua protetora a encontra envolvida num tremendo equívoco. Pagamento da Conta tem como personagens centrais dois vizinhos que se tornam sócios para um negócio que nem eles sabem de quê e que decidem assinalar antecipadamente a obtenção de lucros com um jantar onde, depois de comerem por quatro e beberem por oito, recusam assumir a conta. A última encenação tem como texto Os Dois Vizinhos Boticários, ambos surdos que nem uma porta, os quais tratam de receitar remédios um ao outro para se curarem da maleita de que padecem.

Para além destas atuações “em casa”, o Grupo de Teatro, Arte e Cultura da Associação Musical da Pocariça, ACDC – Associação Cultural e Desportiva do Casal Grupo de Teatro da Associação do Grupo Musical das Franciscas, vão levar os respetivos espetáculos às sedes de outras três associações envolvidas no Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede, cumprindo assim o seu programa de itinerância. Esta é uma exigência que decorre do regulamento da iniciativa, tendo como objetivo o desenvolvimento de grande dinâmica de intercâmbio artístico e a partilha de experiências entre entidades que perseguem objetivos comuns, no sentido de fomentar a consolidação de uma atividade de indiscutível interesse cultural. Para esse efeito, o Município de Cantanhede concede um apoio financeiro (750 euros) aos 14 grupos participantes, colabora na promoção e divulgação e assume a logística administrativa preparatória, desde a calendarização ao encerramento.

 

 

Sobre o Grupo de Teatro, Arte e Cultura da Associação Musical da Pocariça

O teatro na Pocariça remonta ao ano de 1895, quando começaram a ser feitas várias representações por um grupo de amadores de Coimbra. Um dos elementos deixou o grupo e decidiu organizar uma sociedade dramática, apenas constituída por amadores da Pocariça, que foi designada de Recreio Artístico. Apesar da saída de alguns membros do Recreio Artístico pouco depois da sua fundação, o agrupamento ainda subiu ao palco em Fevereiro de 1896.

Em 14 de Julho desse mesmo ano nasceu outro grupo de teatro amador, que foi batizado de Sociedade Dramática Pocaricense e que teve a sua estreia com a peça “Os Milagres de Santo António”.