Andava de ginásio em ginásio. Abria os cacifos com o intuito de fotografar os cartões de crédito dos clientes e, com essa informação, conseguia fazer compras na Internet.

Foram viagens de luxo, estadias em hotéis e muitos mais bens pagos à custa das vítimas. Isto até o cidadão brasileiro, de 40 anos, residente em Espanha, ser detido pela Polícia Judiciária do Porto. Terá feito mais de 100 vítimas por todo o país. Foi presente ao Tribunal da Maia e libertado mediante caução, mas voltou a ser detido para responder num processo da mesma natureza em Lisboa.

O indivíduo, Arytanan Alves Barbosa, sem antecedentes criminais, selecionava apenas ginásios frequentados por pessoas de grande poder de compra. As cadeia do Holmes Place, Solinca ou ainda Virgin Active seriam os locais de eleição do burlão.

Nos balneários, abria os cacifos dos clientes, subtraía os cartões, fotografava-os e repunha tudo no seu devido lugar. As vítimas não davam conta de nada até chegar a casa o extrato do cartão de crédito, regra geral um mês depois.

Entretanto, com o número de segurança (CCV), situado no verso do cartão de crédito, e o número de identificação do cartão, o indivíduo podia fazer as compras que queria na Internet.

Em Portugal, o desempregado vivia em hotéis, como o Hotel Parque, em Gaia, onde fazia as reservas e pagava as contas recorrendo ao esquema. Também passava muito tempo em Espanha, onde tem residência fixa, e no Brasil, de onde é natural. Terá viajado para vários países e feito férias de luxo.

No Porto, a burla ascende a cerca de 30 mil euros, mas a Polícia Judiciária ainda tem de analisar as provas recolhidas para identificar todas as vítimas. O indivíduo, solto na quarta-feira pelo tribunal mediante uma caução de cinco mil euros, teve de ser novamente detido por crimes semelhantes praticados na zona de Lisboa. Poderá haver vítimas pelo país todo.

Jornal de Noticias