A Viagem Medieval de Santa Maria da Feira terminou com uma afluência próxima dos 700 mil visitantes e recordes de acessos em certos dias, apesar das altas temperaturas e momentos de chuva, revelou a organização.
Cumpriu-se assim o objetivo necessário para a autossustentabilidade dessa recriação histórica que, durante 12 dias e mediante um investimento de 1,3 milhões de euros, ocupou 33 hectares do centro da cidade, com animação inspirada no reinado de D. Pedro I.
“Tivemos uma recuperação fantástica, depois de quatro dias de angústia, quando o calor extremo fez cair significativamente o fluxo de visitantes durante as tardes e nos obrigou a retirar o fogo dos espetáculos noturnos de grande formato, junto à mata das Guimbras”, declarou hoje à Lusa o diretor-geral do evento, Paulo Sérgio Pais.
“Só a partir de segunda-feira é que a afluência começou a normalizar e depois recebemos tanta gente que o dia 08 foi a melhor quarta-feira de sempre em 22 edições da Viagem, o dia 09 também foi a melhor quinta-feira de sempre e o mesmo aconteceu com o domingo, já que, apesar de alguma chuva à noite, a afluência durante a tarde foi excecional”, realça o mesmo responsável.
Quanto aos espetáculos mais bem-sucedidos na edição de 2018 do evento organizado pela autarquia, empresa municipal Feira Viva e federação das coletividades locais, Paulo Sérgio Pais refere que foram os espetáculos “Amor até ao infinito”, “Sangue de Portugal” e “Grito das Bailias”.
A área temática que se dedicou a encenar “Era uma vez D. Pedro I” também esteve em destaque, pelo que o diretor da Viagem anunciou que será adaptado “a conteúdo multimédia para os mais jovens”.
A próxima edição da Viagem Medieval vai decorrer de 31 de julho a 11 de agosto de 2019 e irá recriar o reinado de D. Fernando, “O Belo” e “O Formoso” que, enquanto filho de D. Pedro e D. Constança, subiu ao trono aos 22 anos e governou entre 1367 e 1381.
A sua gestão ficou marcada por sucessivas campanhas militares e valeu-lhe até a aclamação como rei em terras da Galiza, mas Portugal acabaria sempre derrotado nessas guerras. Nos períodos de paz, contudo, D. Fernando revelou-se um hábil estratega e administrador do território nacional, requalificando castelos, construindo as novas muralhas de Lisboa e Porto, apoiando a marinha mercante e promulgando a Lei das Sesmarias para defesa da agricultura.
Pelo contraste entre essas duas facetas, ficaria conhecido também pelo cognome de “O Inconstante” – que é o traço da sua personalidade que a Viagem Medieval se propõe explorar em 2019.