O presidente do Chega afirmou hoje que “os Açores serão o primeiro aviso à navegação da República” de que “ou o caminho muda ou não contarão” com apoio, porque “acima de qualquer lugar ou Governo estão os princípios” do partido.
“Os Açores serão o primeiro aviso à navegação da República de que ou o caminho muda ou não contarão com o Chega para o caminho, mas contarão com a luta sempre firme até o Chega conseguir esse projeto de transformação”, disse André Ventura.
o presidente do Chega falava em Ponta Delgada, ilha de São Miguel, Açores, no encerramento da II Convenção Regional dos Açores do partido.
O Governo Regional dos Açores, de coligação PSD/CDS-PP e PPM, conta ainda com o apoio no parlamento do partido Chega e Iniciativa Liberal para completar a maioria parlamentar.
“A solução dos Açores pode ou não ser uma hipótese para a República? Não saberemos, depende do contexto político, mas sobretudo depende que as nossas bandeiras nunca venham abaixo. Um Governo, ou um PSD que nos diga à cabeça que sim, mas que nunca a estas propostas, que sim, mas nunca a esta justiça, que sim, mas nunca ao sistema fiscal diferente, que sim, mas nunca a lutar contra a corrupção então o doutor Rui Rio deve saber isto, deve saber que nunca haverá um Governo entre o Chega e o PSD na República em Portugal”, sustentou.
Na sua intervenção, André Ventura vincou que o partido “não é muleta de ninguém”, alertando que o Chega vai “continuar a ser alvo de todos os ataques à medida que se aproximar o tempo da queda de António Costa em Lisboa”.
“O PS não se perpetuará na República e nós temos de estar prontos para o desafio, temos de estar prontos para ter um projeto para Portugal”, vincou.
André Ventura criticou aqueles que dizem que o partido “faz chantagem”.
“Os deputados da Região Autónoma dos Açores e o seu presidente já várias vezes deixaram isto claro. Nós não passamos é cheques em branco, porque nós somos um partido diferente”, sustentou, lembrando as bandeiras do partido aquando das eleições regionais de outubro, como a diminuição dos beneficiários do rendimento social de inserção (RSI).
E, acrescentou: “Quando nós dissemos que exigiríamos uma redução nós não estávamos a brincar. O Governo dos Açores terá de fazer essa redução, porque o nosso apoio nunca é um cheque em branco”.
André Ventura sublinhou também que os dois deputados do Chega no parlamento dos Açores “não estão a dormir”, nem a direção, nem o presidente do partido na região.
“Nós não vamos tolerar governos feitos pela mãe, pelo filho, pelo pai, pelo irmão, pelos amigos”, apontou, acrescentando que nesta “solução” governativa nos Açores, o Chega espera “menos corrupção, mais apoio aos idosos, mais apoio aos centros de saúde, menos secretarias regionais e menos amiguismos no Governo”.
E questionou: “Tem este Governo dos Açores a sobrevivência garantida? Nunca terá. Nem este, nem nenhum, em lado nenhum que dependa do Chega, porque nós não passamos cheques em branco”.
O presidente do Chega reiterou como bandeiras do partido o combate à corrupção, acrescentando também que no caso do enriquecimento ilícito “teve de ser” o partido “a chegar a Assembleia da República e obrigar ao debate”, que “acontecerá em junho”.
Lusa