É a primeira vez que o contestado Presidente assume tacitamente que há uma crise humanitária no país.
A Federação Internacional da Cruz Vermelha anunciou esta sexta-feira que recebeu autorização do Governo venezuelano e da oposição para dar início a uma campanha de distribuição de ajuda humanitária no país.
O anúncio corresponde à primeira vez que o regime de Nicolás Maduro reconhece tacitamente que os venezuelanos estão a sofrer com a falta de comida e outros bens básicos na sequência da brutal crise económica que o país está a atravessar.
Até agora, todas as tentativas de entrega de ajuda na Venezuela foram travadas nas fronteiras. Desde que o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente interino do país, regime e oposição têm lutado pelo controlo das fontes de ajuda externa.
Como aponta o “New York Times”, o acesso e distribuição de bens básicos no país transformou-se no principal campo de batalha política desde que Guaidó foi reconhecido como líder interino da Venezuela pelos EUA e outros 50 países no final de janeiro.
A Cruz Vermelha diz que a autorização do Governo de Maduro permitirá que a distribuição de medicamentos comece já na próxima semana.
Em comunicado, a organização faz questão de sublinhar que a operação de distribuição de ajuda não está relacionada com quaisquer partidos políticos venezuelanos. Para manter a sua imparcialidade, a Cruz Vermelha diz que vai entregar os medicamentos e outros recursos diretamente a oito hospitais que a própria organização gere no país.
Fonte: Renascença
Foto: Cristian Hernandez/EPA