10.8.2024 –
“O encerramento da maioria das maternidades durante estes últimos dias, com consequências para as Utentes do Serviço Nacional de Saúde, com a demorada abertura de concursos para a contratação de Médicos recém-formados, sendo a especialidade aqui em causa (Ginecologia e Obstetrícia) uma das menos requisitadas no mapa das vagas abertas pelo Ministério da Saúde neste concurso (apenas 42), confirma a intenção do Governo, em aliança com os privados, de acabar com esta especialidade no SNS, designadamente, fechando portas do público e abrindo-as ao privado.
“Entre Junho e os primeiros dias de Agosto, os Hospitais públicos da Área Metropolitana de Lisboa encaminharam 42 Grávidas para os Hospitais privados com que o SNS tem protocolo – CUF Descobertas, Luz Saúde Lisboa e Lusíadas Lisboa”, noticiava o Jornal Público a 6 de Agosto.
Há um ano, o então Ministro Manuel Pizarro encerrava a Maternidade do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, cujo Conselho de Administração, na altura, era presidido pela actual Ministra da Saúde, Ana Paula Martins. Justificava com as obras de remodelação, que de facto ocorreram, mas cedo se percebeu que era também uma justificação para instituir o encerramento intermitente dos Serviços do SNS como prática corrente.
Depois foi o alargamento ao resto do País. Em Leiria, por exemplo, a Ministra decide fechar os Serviços de Urgência de Ginecologia-Obstetrícia por falta de Médicos, e a Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde reencaminha os casos mais complexos para o Porto, que fica a mais de 200 quilômetros. E esta é uma má notícia para todos à exceção dos privados, aliás não será por mero acaso que o Grupo GLOBAL HEALTH COMPANY abriu em Dezembro de 2022 uma nova Unidade de Ambulatório em Leiria.
O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) há muito tempo que vem alertando a População, para esta saga persecutória ao SNS. Estes diversos encerramentos dos Serviços de Urgência, fruto do desinvestimento dos Governos, PS e PSD no SNS, em conluio com os privados, desta vez até assumindo a opção ao acordar a transferência de Serviços para o Grupo Melo da CUF, é uma estratégia política e ideológica que deve ser combatida por todas as Comissões de Utentes espalhadas pelo País.”