Mais de 80 pessoas participaram na apresentação editorial de “Brincando ao faz-de-conta II”, o mais recente livro de Natália Queirós, uma coletânea de nove peças teatrais escritas ou adaptadas pela autora, que é também fundadora, diretora artística e encenadora do Grupo de Teatro Infantojuvenil do Município de Cantanhede. Editado pela MinervaCoimbra, com apoio da Câmara Municipal, a obra foi apresentada por Manuel Cidalino Madaleno, no âmbito de uma sessão contou também com a presença de Pedro Cardoso, vice-presidente da autarquia.
Na intervenção de abertura, o autarca agradeceu a Natália Queirós “o relevante trabalho que, desde 2004, tem vindo a realizar ao serviço da cultura no concelho, nomeadamente na dinamização teatral junto dos mais novos”, sublinhando “o valor e o alcance das sementes de cidadania, dos princípios éticos que foi colocando nos corações e na inteligência de todos os jovens talentos que orientou no Grupo de Teatro Infantojuvenil da Biblioteca Municipal”. Pedro Cardoso enfatizou a “personalidade notável de uma mulher que conjuga uma sólida formação humanista com uma vastíssima cultura e uma enorme sensibilidade artística, como de resto transparece da atividade que, a partir de textos seus e sob a sua orientação, o grupo cénico desenvolveu, com evidentes benefícios para todos os intervenientes”.
Visivelmente emocionada, Natália Queirós manifestou-se “extremamente gratificada pelo grupo de teatro que criei e orientei ao longo de dezasseis anos, um projeto que me deu o privilégio de trabalhar com crianças e jovens, tendo sempre por base a pedagogia de valores éticos como a solidariedade, o espírito de grupo e o amor pela cultura”.
Na apreciação que fez a “Brincando ao faz-de-conta II”, Manuel Cidalino Madaleno colocou a “respeitadíssima e distintíssima Juíza” que foi Natália Queirós na posição de ser “julgada por uma série de delitos que não só não nega como, circunstância agravante, até reclama e regista para a posteridade em livros como aquele cujo lançamento hoje celebramos”. Este foi o ponto de partida para uma recensão crítica a um livro que “é, espelhando o perfil da sua autora, uma copiosa sementeira de recursos de cultura geral, de arte, de sabedoria, de sensatez, de criatividade, de humor, de fantasia e de sólida crença em valores perenes”.
Entre os aspetos apreciados por Manuel Cidalino Madaleno na posição de julgador, este aponta o facto de Natália Queirós obrigar as crianças “a recitar textos com inusitadas lições de sabedoria e de prudência”, recorrendo até “a antiquados ditados da sabedoria popular, (…) e, circunstância agravante, instruindo-os em aforismos de sua lavra, tão sábios que a mesma sabedoria popular tenderá a convertê-los em novos provérbios”, além de “incutir nos seus sensíveis e incautos espíritos evidências filosóficas, Virtudes e Valores” (…) servindo-se de personagens ardilosamente arquitetadas para melhor induzirem tais convicções e comportamentos”.
Durante a sessão de apresentação de “Brincando ao faz-de-conta II”, alguns antigos elementos do Grupo de Teatro Infantojuvenil da Biblioteca Municipal declamaram excertos das nove peças que integram o livro, a que que se seguiu a interpretação de algumas obras musicais por Rodrigo Queirós (violino), filho de Natália Queirós, Guilherme Madaleno (saxofone) e Rita Faustino (voz).