Um português e uma tailandesa a cozinhar… só podia dar em bom resultado!

 

João Gomes e a esposa Kumploy fizeram algo em Mira que não se vê longe dos grandes centros, como Braga, Porto ou Lisboa: puseram mão a obra e instalaram-se na Praia de Mira e, depois, no Parque de Estacionamento do Intermarché… a fazer comida Tailandesa! Assim nasceu a DEE THAIFOOD TRUCK…

O resultado está a vista: primeiro na Praia de Mira, durante a época balnear e, depois em Mira, o público apareceu, gostou e tornou-se fiel à excelência do manjar confeccionado por este mirense e esta simpática tailandesa, que se conheceram, um dia, em Macau, onde ele trabalhou como jornalista, radialista e também no Gabinete de Línguas, para o governo chinês.

 

Então, como nasceu a ideia de cozinhar?

João Gomes afirmou à reportagem do Jornal Mira Online que tudo começou em 2013, quando ambos resolveram fazer a volta ao mundo, num veleiro que ainda hoje possuem. Porém, a viagem que começou na República Dominicana teve de ser interrompida, a dada altura, por motivos de graves problemas de saúde da esposa, esta teve de ser interrompida para que fosse feito o tratamento adequado, em Coimbra, para onde vieram.

Passada a pior fase, ambos se depararam com a “vontade de fazer algo” em Portugal, uma vez que Kumploy tem de fazer exames de tempos em tempos, para controlo da saúde.

A ideia, então surgiu na cabeça deste mirense que enfrenta os problemas com naturalidade e um sorriso no rosto: porque não fazer um restaurante ambulante? Afinal, a esposa sempre foi boa cozinheira – os amigos estavam sempre a elogiar seus pratos – e o que era preciso era conseguir as autorizações, comprar uma carrinha apetrechada para a alimentação e, o mais difícil… conseguir convencê-la a colocar em prática os seus dotes culinários!

 

Mobilidade, sempre a mobilidade…

Como a ideia da volta ao mundo em veleiro permanece bem acesa dentro deles, compraram a tal carrinha, que veio da Inglaterra… mas, antes foram à Câmara Municipal expor o projeto.

Esta mostrou-se entusiasmada com a ideia e o passo seguinte foi a adjudicação de um espaço junto ao Parque de Campismo, na Praia, entre os meses de Junho e Setembro do ano passado.

Feito isto, trouxeram a carrinha necessária da Grã-Bretanha, equipada e pronta para iniciar a aventura…

 

Superando expectativas!

Do que João e Kumploy não estavam à espera era que aquele pequeno negócio pensado somente para os meses de verão, fosse tão bem aceite num curto espaço de tempo! “Começaram a surgir pessoas de Leiria, da Figueira da Foz, da Lousã e de outros locais bem mais distantes, que vinham à carrinha para experimentar e acabavam por voltar repetidas vezes, porque gostavam muito da comida!” – afirma João Gomes, que acaba por acrescentar outro dado – “as próprias pessoas que moram na Praia de Mira continuavam a vir até nós, o que acabou por prolongar a nossa “estadia” por lá… hoje, algumas acabam por vir até aqui para comprar a tal comida que achavam “esquisita” antes de comer, mas que acabaram por descobrir que, afinal, ela é bastante parecida com a nossa alimentação!”.

 

Afinal, que comida é esta?

“A comida vendida na rua, lá na Tailândia é diferente da dos restaurantes. Dada a natureza do negócio, obviamente resolvemos fazer um “fast food elaborado”, com a qualidade e os sabores daquela terra.” – conta João, que se entusiasma visivelmente quando fala do projeto e, ao ser questionado sobre um hipotético franchising responde desta maneira: “na verdade, tenho de admitir que, como as coisas tem corrido, tenhamos de colocar outras carrinhas a trabalhar… mas, isto não é prioridade, por agora… até porque tudo tem sido suportado por nossos próprios recursos financeiros e, podem acreditar, estão aqui muitos milhares de euros… tudo tem de ser pensado convenientemente”

 

Futuro imediato

No momento, estando instalados no Parque de Estacionamento do Intermarché de Mira – “o sr. António foi muito simpático disponibilizando-nos o espaço” – a preocupação do momento é aguardar que o pedido feito à Câmara Municipal de Mira para que esta possa minimizar o custo da luz, seja aceite: “Gostávamos de estar novamente por lá, pela altura do verão, mas no ano passado acabamos por ter custos incompatíveis no que se refere à luz, uma vez que a EDP exige que seja refeito o contrato a cada mês e isto encarece sobremaneira…”.

Como se pode perceber desde o início, o que era uma ideia para preencher um vazio na gastronomia mirense durante um curto período do ano, acabou por se transformar em algo permanente. Para além das duas localidades em que já se instalaram, eles também fazem eventos (devido à qualidade que implementam no serviço, atendem – no máximo – 20 pessoas por hora) e têm ideias que pretendem por em prática a médio/longo prazo.

 

Finalmente… como convencer alguém a “testar” a comida tailandesa?

“O que diria a alguém para que ela aceitasse comer da sua comida e não uma Feijoada portuguesa, por exemplo?”. O sorriso veio logo ao rosto de João Gomes, quando a pergunta fatal foi feita. Era como se já estivesse a espera que algo assim fosse questionado. João pensa um pouco e responde: “eu diria – e digo a qualquer pessoa – que todos podem experimentar e apreciar. A comida tailandesa é muito saudável: os ingredientes são sempre frescos e tudo é mesmo preparado na hora. As pessoas têm a ideia que a comida é muito picante, mas é um engano pensar assim… para além disso, a comida é cozida em altas temperaturas o que, para além da garantia de estarem a comer algo bastante saudável, também comem uma comida bastante saborosa…”

Mira Online