Eram muitos. Muitos, mesmo, os amigos que se despediram de Carlos Negrão!
Homem de índole, trato afável, vertical e defensor acérrimo das suas mais profundas convicções, o cantanhedense Carlos Negrão foi a enterrar ao fim da tarde deste Domingo, acompanhado por uma multidão emocionada.
Vindas de todos os quadrantes políticos, sociais ou desportivos, todas as pessoas que quiseram prestar uma última homenagem a Carlos Negrão eram unânimes em concordar que, apesar das discordâncias naturais, foi sempre possível encontrar nele uma palavra de respeito pelas opiniões contrárias às suas.
Carlos Negrão, certamente, esteja onde estiver agora, sentir-se-a orgulhoso daquilo que se passou durante a tarde de Domingo. Por sua causa, grande parte da sociedade da sua amada Cantanhede se mobilizou e prestou-lhe tributo de forma serena e respeitosa.
É impossível atingir-se a unanimidade. Também não é fácil obter o apoio de grande maioria dos seus conterrâneos, principalmente nos dias que correm, cheios de maledicências apoiadas na facilidade com que as redes sociais propagam fake news como se tratassem das mais puras certezas! Carlos Negrão esteve, até ao fim, acima das abomináveis imposições via Internet: discreto, sorridente e jovial, conseguiu passar entre os pingos da chuva, não por destreza política, mas porque a sua forma de ser, assim o permitia.
Carlos Negrão partiu, mas ficaram o seu legado, a sua essência e a sua simplicidade. Partiu o homem, mas permanecerá, para sempre, o seu caráter e o seu sorriso. Fará falta, certamente, mas a vida terá de continuar…
Jornal Mira Online
