O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos rejeitou um recurso interposto pela família de Alta Fixsler, uma bebé de dois anos, que não come ou respira sozinha, autorizando o hospital de Manchester a retirar-lhe o suporte de vida. Os pais querem levá-la para os Estados Unidos, que já emitiram o visto, mas o tribunal reitera que o melhor é retirar o suporte de vida.
Segundo os advogados da família, citados pelo The Guardian, a decisão foi “devastadora” para os pais de Alta Fixsler. Eles “só querem explorar todas as opções para tentarem salvar a vida da sua filha”, acrescentaram.
Alta, que nasceu no Reino Unido, é o foco de uma batalha jurídica entre o hospital Manchester University NHS Foundation Trust, onde tem sido cuidada desde que nasceu, e os seus pais. À nascença, Alta sofreu uma lesão cerebral e os médicos que a tratam defendem que ela não tem perspetivas de recuperação, que não tem “consciência”, não pode ver nem ouvir e está em sofrimento constante, pelo que o melhor seria desligar as máquinas de suporte de vida e colocá-la em cuidados paliativos. Uma opinião que é apoiada pelos tribunais britânicos, que concordaram com a posição do hospital de Manchester – uma decisão que, se avançar, deverá resultar na morte de Alta ao fim de dias ou mesmo horas.
No entanto, os seus pais, judeus ultraortodoxos, dizem que a retirada do tratamento atenta contra as suas crenças religiosas e invocam o direito a decidir qual é a melhor opção para a sua filha, pretendendo por isso levá-la para os EUA.
Assim, na sequência de uma decisão do Supremo Tribunal, segundo a qual Alta poderia ver retirado o seu suporte de vida, os pais recorreram ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, argumentando também que a medida era contra os seus direitos como pais.
Porém, numa carta enviada à família na segunda-feira, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos informou que rejeitava o recurso e concordou com a decisão do tribunal britânico de permitir a retirada do suporte de vida e de colocar Alta nos cuidados paliativos.