Tribunal de Contas do Brasil: Falta de planeamento causou crise hídrica em São Paulo

O Tribunal de Contas de São Paulo (TCE) apontou, em relatório, que a falta de planeamento do Governo local foi a principal causa da crise hídrica que atinge o Estado desde 2014 e culminou em cortes no abastecimento.

Embora o Governo tenha negado a existência de um rodízio (quando os bairros se revezam no abastecimento) ou falta de água, o serviço foi cortado em várias regiões do Estado durante a madrugada e, em outras, as torneiras ficaram secas também durante o dia, segundo notícias da imprensa local no ano passado.

“Isso é resultado da falta de planeamento das ações da Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos com relação à política de recursos hídricos, planeamento esse que deveria ser mais bem elaborado, a começar pelas peças orçamentárias”, lê-se no relatório da Diretoria de Contas, relativo a 2014.

O relator das contas no TCE divulgou as conclusões no dia 17 de Junho, em sessão plenária do tribunal.

A assessoria de imprensa da entidade disponibilizou os documentos hoje à Lusa.

O relatório aponta que o Estado deveria ter tomado “medidas efetivas” para prevenir-se contra a falta de chuvas, com a estruturação de um “plano de contingências específico”. O documento também aponta que órgãos do gerenciamento de recursos hídricos já haviam alertado para o risco de crise no abastecimento.

Entre as possíveis ações sugeridas pelo tribunal estão a despoluição de rios, a recuperação de represas, o combate às perdas de água na distribuição (que são de quase um terço da produção), exigência de reciclagem de água na indústria e em condomínios e a construção de novos reservatórios.

O Governo do Estado, citado pela imprensa local, divulgou que houve um planeamento para o abastecimento até aos próximos vinte anos, mas que a seca que atingiu o sudeste brasileiro foi mais severa do que o esperado.

Ainda segundo o Governo, foram realizadas medidas de emergência e investimentos para despoluir rios e diminuir a perda de água.

Fonte: Lusa