Tem sido uma das maiores dores de cabeça das autoridades portuguesas, apesar das campanhas de sensibilização dos agentes do sector agrícola. A história repetiu-se em 2017. Os acidentes com tratores provocaram cinco mortos por mês, segundo dados obtidos pela Confagr.
A média dos acidentes envolve igualmente os últimos dados da GNR, num balanço dramático de 61 pessoas que perderam a vida ao volante destas viaturas.
Um dos fatores atribuídos para este fatídico desfecho está relacionado com a falta de proteção superior dos veículos, pois, em caso de acidente, os mesmo tombam e atingem gravemente os condutores. Entre 2013 e 2017, morreram em Portugal 358 pessoas em acidentes com tratores, o que para o secretário-geral da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, Francisco Silva, “é uma fatalidade que seria evitável”.
Segundo este responsável, o número elevado de mortes poderia não se registar “se a sociedade, em geral, e a comunidade agrícola, em particular, tomassem consciência desta problemática e assumissem o compromisso de mudar comportamentos, adotando uma atitude responsável, de forma a contribuir efetivamente para a diminuição da sinistralidade em ambiente agrícola”.
A Confagri pretende assim insistir em sessões de esclarecimento como a que se vai realizar na sexta-feira, em Tabuaço.
“É urgente sensibilizar e contribuir para a formação dos agricultores, promovendo as boas práticas no exercício da profissão, para melhorar a segurança na utilização das máquinas e veículos”, considera.
De acordo com o decreto-lei n.º 151/2017, de 07 de Dezembro, é obrigatório que todos os condutores de tratores da categoria 2 e 3, para além da habilitação legal para conduzir, tenham formação adequada para a operação com veículos agrícolas.
RTP / Lusa