Três quartos do Concelho de Mira não conseguem entender o motivo pelo qual o Seixo realizou a sua “Aldeia em Festa”. Tiago Cruz, líder da Junta de Freguesia e da ACR Seixo rebate, em depoimento exclusivo ao Jornal Mira Online, aquilo que considera ser “especulações de ano eleitoral”.
As redes sociais andaram – e ainda andam – ativas por conta do evento realizado entre os dias 7 e 16 de Agosto, na Freguesia mais a norte do Concelho. Para muitos, o “Aldeia em Festa” significou que “tudo é possível acontecer no Seixo, incluindo fazerem Festas quando outras localidades não fizeram”. Para outros tantos, “qualquer localidade podia ter feito o mesmo… a diferença é que não arregaçaram as mangas!”.
O Jornal Mira Online conversou com um Tiago Cruz visivelmente desgastado pelo que considera ser “uma tremenda injustiça para com um evento que aconteceu dentro das mais elementares normas de segurança e seguindo todas as diretrizes que nos foram dadas”. Mais, o autarca e líder da Associação local garante que “há pessoas bastante interessadas em criar confusão onde não deve haver nenhuma! Qual “Festa” foi realizada? O que aconteceu foi uma Programação Cultural e Desportiva que esteve programada para acontecer durante o mês de Julho, mas acabou por não acontecer devido ao elevado número de casos COVID que o Concelho tinha por aquela altura. Passada a pior fase, resolvemos condensar em nove dias, o programa, no sentido de darmos aos locais e aos emigrantes uma mensagem de “crer no futuro” sempre respeitando a situação atual!”
Confrontado pela reportagem sobre o facto de dizer-se que “não houve festa, quando o nome do evento inclui esta palavra” o autarca foi peremptório: “Demos o nome de “Aldeia em Festa” como podíamos ter dado o nome de “Aldeia Alegre” ou algo parecido” para rematar, depois: “o que fica, no essencial, é que organizamos bem um evento que teve três exibições culturais ao vivo, a prática do desporto, sempre dentro da mais profunda organização e convictos de que tudo foi programado e respeitado ao pormenor… assim sendo, não percebo porque não poderíamos ter feito isso tudo. Até digo mais: se outras localidades não fizeram o mesmo, foi porque não quiseram e não porque não podiam!”
Ainda procurando fazer valer o seu ponto de vista, Tiago Cruz comparou o que se passou no Seixo e o que se passa na Praia de Mira. “Diante desta controvérsia, posso acreditar que também vai questionar o sr. Presidente da Câmara sobre o “Mar que nos une” que tem acontecido no palco da Barrinha… se o fizer, vai ver que tanto aquela programação quanto a nossa, estão totalmente dentro do que está estabelecido neste momento de pandemia. Mas, parece que lá pode e no Seixo não podia… pois claro que lá pode, como no Seixo pôde, como podia ter acontecido em Portomar, nas Cavadas, no Colmeal, na Lentisqueira, nos Leitões… fosse onde fosse!”
Para o autarca, “há centenas de exemplos pelo país fora, mesmo aqui ao lado – para não ser muito longo na lista – estão a acontecer eventos desta natureza em Vagos, na Figueira da Foz e noutros sítios. Em MIra tem acontecido a Feira de Velharias… Isso tudo faz parte do bem receber das nossas localidades, de proporcionar momentos agradáveis e, ao invés de se criarem problemas onde não deveriam existir, devia-se, era ser “copiado” em benefício do bem estar social.”
Por fim, confrontado com os “foguetes que se fizeram ouvir durante o período em que o “Aldeia em Festa” ocorreu” mais uma vez a resposta saiu rápida, pela voz firme de Tiago Cruz: “Posso garantir a si e a todos que, da nossa organização não houve ninguém que estivesse ligado a este caso! Não sei e não sabemos de onde vieram esses sons e quem esteve envolvido nesta situação… a ACR Seixo limitou-se a organizar e colocar em prática uma dinamização cultural que, para além de possível, fosse uma mais-valia para quem assistisse. Essa é a realidade… e, ponto final!”
Jornal Mira Online