Theresa May faz acordo com unionistas irlandeses para formar governo

Theresa May manifestou a intenção de continuar a liderar os destinos do Reino Unido, apesar de ter falhado a maioria absoluta. Acordo com unionistas garante maioria absoluta à tangente.

A atual primeira-ministra, líder do Partido Conservador, vai visitar o palácio de Buckingham, às 12.30 horas, para pedir permissão à rainha Isabel II para formar Governo, informou Downing Street, a comunicação da residência oficial do chefe do governo britânico.

Uma posição conhecida pouco depois de o líder dos Trabalhistas, Jeremy Corbyn, ter reclamado vitória nas eleições legislativas, manifestando-se pronto para formar governo.

O líder trabalhista reivindicou um “aumento enorme dos votos em todo o país” para invocar uma vitória moral das eleições, mesmo se o partido Conservador conquistou mais assentos na Câmara dos Comuns.

Segundo a imprensa britânica, Theresa May terá conseguido um acordo, não uma coligação formal, com o Partido Democrata Unionista (DUP), que lhe garante uma maioria absoluta à tangente, somando 10 assentos aos 318 conseguidos, para garantir 328 lugares no Parlamento britânico, cuja linha da maioria absoluta está traçada nos 326.

Um acordo frágil, uma vez que a própria líder do DUP, Arlene Foster, manifestou dúvidas sobre a capacidade de Theresa May resistir aos resultados eleitorais, mas necessário.

“A alternativa é intolerável. Enquanto Corbyn for líder dos Trabalhistas, asseguraremos que haverá um governo Conservador”, disse uma fonte do DUP, citada pelo jornal britânico “The Guardian”, que revela terem havido conversações durante toda a noite entre os dois partidos, quando se percebeu que May falharia a maioria absoluta.

O “preço” do DUP para apoiar os “Tories” incluiu o compromisso de que não haverá qualquer estatuto especial para Irlanda do Norte no pós-Brexit, uma reclamação do Sein Fein, que segundo os unionistas iria afastar a Irlanda do Norte do resto do Reino Unido.

O DUP é o principal partido político na Irlanda do Norte, sendo conhecido por defender a permanência no Reino Unido e terem feito campanha a favor pelo Brexit. O rival histórico, o Sinn Féin, que faz campanha pela união com a República da Irlanda, elegeu sete deputados, mas já afirmou que vai manter o boicote a Westminster por recusar a soberania britânica.

Quando a líder conservadora convocou as eleições legislativas, em meados de abril, tinha uma vantagem de quase 20 pontos sobre os trabalhistas, mas o partido de Corbyn conseguiu reduzir significativamente a desvantagem, sobretudo na reta final da campanha, tirando a May a maioria absoluta desejada para se legitimar e reforçar a posição nas negociações do “Brexit”.

Declarados 649 dos 650 lugares na Câmara dos Comuns, o partido Conservador elegeu 318, menos oito do que os necessários para uma maioria absoluta e menos 12 do que antes das eleições.

O partido Trabalhista adicionou 29 aos que tinha, somando 261 deputados.

Fonte: JN