TERESA COSTA: AUTORA QUE TOCA O CORAÇÃO…

Na sequência da parceria cultural entre o JORNAL MIRA ONLINE e da POESIA DA BEIRA-RIA, aqui está mais uma entrevista com uma autora de muita qualidade… Desfrutem!

 

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Nome:Teresa Costa

 

Profissão: Doméstica

 

Residente: Aveiro

 

 

JM. – Como  define o “ser humano “Teresa Costa ?

TC-Teresa Costa é uma mulher simples. Nunca foi dada a grandes voos, pelo facto de a vida nunca lhos ter permitido. Viveu constantemente para a formação dos seus filhos, até à presente data.

 

JM. – Conta-nos como surgiu a poesia na sua vida?

TC- Sempre tive apetência para escrever poesia quando era mais nova. Mas a vida nunca me permitiu dar “largas” a uma vontade de escrever o que sentia.

  . Há cerca de 2 anos comecei a escrever, como escape à solidão que se apoderou de mim. Mas, à medida que escrevia mais desejo e necessidade tinha de o fazer.

 

JM. –Sabemos que vai editar o seu primeiro livro. Porque só agora o faz?

TC- Esta foi a oportunidade. Não edito este livro, por me achar uma escritora/poeta. Mas para compartilhar com outros que, eventualmente, irão ler, o valor da vida, na sua vertente mais dura e que mata lentamente, de forma mais cruel a vontade de viver em harmonia e em felicidade.

 

 

JM. – A cultura em Portugal – em particular, a escrita – recomenda-se? O que falta para crescer mais?

TC- A cultura escrita recomenda-se assim como toda a Arte e Cultura. O que falta…já as palavras estão gastas…

falta cultura em quem manda na Cultura.

 

 

JM. – Qual o poeta com que se identifica, e qual aconselharia ler, aos leitores?

TC- António Gedeão. Eu recomendaria, além de António Gedeão, Fernando Pessoa.

 

JM. – Muitos têm a opinião de que os meios de comunicação de massa “distorcem” as mentes das pessoas. Concorda com esta opinião? Se sim, o que julga ser necessário mudar para as coisas melhorarem nesse sentido?

TC- Concordo com esta opinião. Há séculos que assim é e, hoje mais do que nunca dada a globalização.

A mais aberrante comunicação “distorcida”, corresponde à má formação cultural dos jovens jornalistas ou à pouca ética profissional dos restantes (jornalistas) chamados de “veteranos”.

 

JM. – Se pudesse ser gestora de uma editora gráfica deste país, quais seriam as ideias que procuraria pôr em prática em beneficio do autor, ou acha que as editoras estão a desempenhar bem as suas funções?

TC- Todas as gráficas e editoras são um negócio, que procuram na Cultura um meio de negócio e, por vezes, pouco lícito.

 

JM. – A crise politica anda aí – todos o sabemos – de quem é a culpa, em sua opinião?

TC- Da crise e da política. Haja quem possa mais eficazmente dar uma resposta mais Cultural, Social, Humanista e de verdade política.

 

JM. – Há “remédios” mais eficazes do que os que estão a ser usados para a crise?

TC- O remédio mais eficaz é que não inventem crises, para que os ricos não enriqueçam mais e os pobres mais pobres fiquem.

 

JM. – A vida que levamos actualmente pode ser contada em ritmo de samba, ou não passa de uma “tragédia grega”?

TC- A nossa vida é um fado e por isso basta de tragédias e de músicas mal feitas.

 

JN –Poderia divulgar o poema da sua autoria com que mais se identifica?

TC-

 

 

O ultimo raio de sol…

Poiso o corpo

sedento de descanso…

 e a tarde

a terminar

beija o ultimo

raio de sol

que se perde

na sombra

ao cair

sobre o mar…

ali…entre a tarde

e o anoitecer

perco no horizonte

o meu olhar

e me deixo adormecer.

Em passo cansado

cai lento

o crepúsculo

e o sol envergonhado

se escondeu…

e naquele infinito

onde apenas

existo eu

deixo-me flutuar

no sonho

que o fim da tarde

me ofereceu…

meu corpo repousa

ainda na sombra

onde termina o dia

e começa a solidão…

e assim adormeço

no sono da noite

navegando no sonho

do meu mundo

de ilusão…

 

Teresa Costa