Os parques de campismo afetados pelos grandes incêndios de 2017 acreditam que o mau tempo terá mais influência na taxa de ocupação do que a paisagem que os fogos deixaram no território.
Em Serpins, na Lousã, junho tem sido “um mês difícil de arrancar” por causa do mau tempo, com a falta de sol que não seria comum para esta altura, contou à agência Lusa Marlene David, responsável do parque há cerca de um ano, que elege os contratempos da mudança da gestão, o tempo e a água do rio ainda não estar limpa como as questões que mais a preocupam neste momento.
No concelho vizinho de Góis, a preocupação também se centra no tempo que, para além de afastar as pessoas, deixou o rio que serve as praias fluviais em pior estado.
Segundo Carolina Ferreira, que trabalha no parque de campismo de Góis, a expectativa é a de que o tempo melhore e que a água do rio fique límpida, por forma a atrair mais turistas.
“Este ano até acaba por ser melhor, porque em 2017, com o incêndio de Pedrógão Grande, todos os grupos que tinham reserva cancelaram. A perspetiva é que seja bem melhor”, referiu, esperando que os turistas ajudem agora a região, visitando Góis.
Para isso, recordou que em redor da vila “não se vê nada queimado”.
Já no parque de campismo da Praia da Vieira, o incêndio que atingiu o Pinhal de Leiria afetou as instalações do espaço, tendo ardido vedação e instalações permanentes, nomeadamente grandes tendas de lona.
Os estragos inviabilizaram investimentos que a administração estava a pensar realizar no inverno, tendo dedicado todos os esforços à recuperação do que ardeu, afirmou à Lusa o responsável do parque, Joaquim Duarte.
“Notamos que há pessoas a dirigirem-se para aqui por apoio e por ajuda, o que tem sido fantástico”, realçou, mostrando-se apenas preocupado com o Pinhal de Leiria, que, depois das árvores cortadas, poderá “virar um deserto” e ter influência no turismo da zona.
Em Oliveira do Hospital, no parque de campismo da Toca da Raposa, gerido pela belga Maria Georges, o cenário à volta do espaço “já é menos desolador”, despontando o verde pela zona envolvente.
Apesar das árvores queimadas de pé, “não é difícil atrair pessoas para cá”, salientou a responsável do espaço, não tendo notado diferença a nível de reservas.
“Aqui, vai afetar mais o tempo do que as consequências dos incêndios”, explicou.
No parque de campismo de Côja, em Arganil, a história é outra, com a administração a contabilizar uma quebra de 40%, em relação ao ano passado.
Para além de um cenário onde ainda se nota a passagem do fogo, as chuvas não permitiram abrir ainda a praia fluvial junto ao parque, visto que o rio Alva “ainda está com o caudal muito forte”, notou o responsável do espaço, Carlos de Sousa.
“Vai ser um verão mais fraco”, vaticinou.
Lusa