A MEO e a NOS lideram a lista da Deco Proteste. No entanto, o setor do turismo foi o que sofreu o maior aumento do número de queixas, com a TAP a ser companhia aérea que recebe mais reclamações.
setor das telecomunicações lidera o ranking das reclamações dos consumidores portugueses no primeiro semestre de 2022, mas o turismo foi o que sofreu o maior aumento do número de queixas. As informações são da Deco Proteste, que entre janeiro e junho recebeu um total de 144 mil pedidos de ajuda.
No topo da lista surge a MEO, com cerca de 4100 reclamações, seguida da NOS, com 3450. Rita Rodrigues, responsável pelas Relações Institucionais da organização de defesa do consumidor, aponta as queixas mais comuns e os setores mais afetados.
“As comunicações eletrónicas continuam a ter um elevado nível de reclamação dentro daquilo que é a falta de qualidade do serviço, dificuldade em mudar de operador, faturação”, afirma em declarações à TSF, sublinhando que em comparação com o período homólogo de 2021, as queixas no setor do turismo cresceram 128%.
“Se, por um lado, este fenómeno se pode explicar com o regresso dos portugueses às muitas viagens que tinham sido adiadas nos últimos anos, a verdade é que também nos parece que estes operadores deveriam de estar mais preocupados e comprometidos em ter um elevado nível de satisfação e qualidade no serviço que prestam ao consumidor e isso, infelizmente, não se reflete”, explica.
Já numa análise ao ranking de reclamações do ano de 2021, a TAP liderava a lista. Em 2022, caiu para 5.º lugar, mas continua a ser a companhia aérea que recebe mais queixas.
“Mesmo tendo em consideração aquilo que é o top por empresa, nós percebemos que, ainda assim, a TAP consegue vir em quinto lugar. É a companhia aérea com mais queixas e com uma grande diferença face às demais. Há aqui uma maior pressão exercida sobre esta companhia aérea. O que nos preocupa é perceber que depois de um período de alguma estagnação neste setor, existe este boom de reclamações”, refere, enumerando alguns dos motivos das reclamações: “Atrasos, cancelamentos de voos, a não-restituição do valor do voucher que foi emitido aquando da impossibilidade de viajar a propósito do Covid. No fundo, infelizmente pouco ou nada mudou e até se agravou no que diz respeito a esta transportadora.”
A Deco Proteste apela aos consumidores para que em caso de conflito ou reclamação recorram à Plataforma Reclamar Deco Proteste.
“O consumidor português tem alguma relutância em recorrer ao meio escrito e a verdade é que utilizando a plataforma pode e deve fazê-lo e fica com a prova mais facilitada. Reclamar pelo telefone é algo que, do ponto de vista da resolução, nós percebemos que dificulta bastante mais”, indica, acrescentando que o tempo médio de resposta das empresas às reclamações através da plataforma da Deco Proteste é de quatro dias.
Os setores das Comunicações Eletrónicas, Bens de Consumo e Serviços Financeiros lideram o ranking de reclamações realizadas pelos consumidores portugueses nos primeiros seis meses do ano. O ranking da Deco Proteste é apresentado esta terça-feira, numa reunião com oradores ilustres.
Carolina Quaresma/Rute Fonseca/TSF