O XVII Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede avança para a sua penúltima jornada já no próximo fim de semana, com mais quatro espetáculos na Pena, Pocariça, Sanguinheira, Tocha e Zambujal. Desde 7 de fevereiro que o certame está em cartaz, sempre aos sábados e domingos, com algumas atuações das formações cénicas de 14 entidades associativas envolvidas, estando o seu encerramento previsto para 28 de março, com o encontro entre os mais de 300 intervenientes neste programa de revitalização da atividade teatral que a Câmara Municipal tem vindo a promover desde há 17 anos consecutivos.
Para já haverá mais uma estreia no próximo sábado, 21 de março, designadamente do Grupo de Teatro Renascer da Sanguinheira, que apresenta nas suas instalações (salão Paroquial da Sanguinheira), às 21h30, Dizem que é uma Espécie de Revista. Conforme indica o título, no palco vão ser recreadas várias situações em tom revisteiro, quadros encenados repletos de humor e em que a sátira social e política, complementada por agradáveis momentos musicais, tem todos os condimentos para proporcionar um ambiente de alegria e boa disposição. O Grupo de Teatro Renascer da Sanguinheira volta de novo ao palco no domingo, 22 de março, às 15h30, desta vez para o povo do Zambujal, com uma atuação na antiga escola primária local.
Mas a agenda do ciclo de teatro inclui ainda mais três espetáculos no sábado. Às 21h30, o Grupo de Teatro do CCR Pena – Centro Cultural e Recreativo da Pena leva a cena na sua sede, Uma bomba chamada Etelvina, clássico de Henrique Santana e Ribeirinho, dois prestigiados nomes da comédia portuguesa. A peça desenrola-se em torno de uma mãe conservadora e austera, futura sogra de um tal Eduardo Rodrigues, regressado de Espanha, onde teve uma aventura com uma vocalista de cabaret a quem também prometeu casamento e que aparece subitamente na véspera do enlace com a filha da D. Etelvina.
Também no sábado, à mesma hora, o Grupo Cénico do CSPO – Centro Social e Polivalente de Ourentã sobe ao palco do salão da Associação Musical da Pocariça com Um Macaco a Fazer Contas e Diabo à Solta. No primeiro caso, a ação centra-se nas conturbadas peripécias de um avarento, Caleb, que se vê enredado e vitimado pela própria avareza. Homem muito rico, sem fé, o seu Deus era o dinheiro, Caleb cobrava juros elevados e multiplicados. Mateus, por seu lado, era um honrado e honesto lavrador que teve necessidade de abordar o prestamista para contrair um empréstimo, mas a negociação não corre bem o que gera uma situação que tem um desfecho absolutamente inesperado. Em Diabo à Solta, um ardiloso estudante sem aproveitamento, Silvestre, conta com a ajuda de seu padrinho, Gaudêncio Piçarra, que confrontado com o insucesso escolar do afilhado, o expulsa de casa. Mas a astúcia de Silvestre e a sua arte de iludir tudo e todos com as suas patranhas e artimanhas acabam por salvá-lo da desgraça que seria a perda de apoio do padrinho….
Finalmente, o Grupo de Teatro Amador de Ançã – Novo Rumo vai à sede da Associação recreativa e Cultural “1.º de Maio” da Tocha apresentar, igualmente às 21h30, Dois Maridos em Apuros, cujo protagonista, Mário Ribeiro, embora casado com Luísa, não resiste ao seu gosto pela boémia. Com o propósito de ir ao Porto, para mais uma noite de aventuras com Anacleto, empregado público e seu fiel amigo, engendra uma artimanha que envolve um triste e sentido funeral, mas o plano não corre como previsto, graças à astuciosa Laura, viúva pela segunda vez e casada com Anacleto, gerando-se uma confusão que parece não ter fim à vista…
Sobre o grupo Teatro Renascer da Sanguinheira
O Grupo de Teatro Renascer é uma secção do Centro Social de Recreio e Cultura da Sanguinheira (C.S.R.C.S.), a associação com atividade cultural (organizada) mais antiga da Freguesia da Sanguinheira, estreando-se ao público pela primeira vez em 26 de março de 1981.
O Grupo surgiu da vontade de um conjunto de jovens representar teatro amador. Iniciou a sua atividade nessa altura para não mais cessar e levar continuamente a palco, todos os anos, peças de autores consagrados, como também algumas escritas por elementos ligados ao grupo, tanto da Sanguinheira como de outras localidades.
Para além das peças de teatro, que apresentou publicamente durante quase 30 anos, os elementos do grupo também participaram em várias edições da Feira Medieval de Coimbra, como figurantes, e entre os seus associados encontramos os fundadores da primeira associação da Freguesia da Sanguinheira (C.S.R.C.S.).
Sobre o CCRP – Centro Cultural e Recreativo da Pena
A expressiva opinião manifestada por uma das sócias fundadoras sobre o Clube traduz fielmente o espírito fundamental desta coletividade: “Certos sujeitos, talvez mais materialistas, têm uma segunda casa, no campo, na cidade, na praia, na montanha,… para outros, com o espírito mais sociável, a sua segunda casa é o Clube!” E foi com este espírito que se fundou em 1957, o Centro Cultural e Recreativo da Pena, com sede no antigo edifício arrendado no Largo da Cruz. Neste salão tiveram lugar, nos anos sessenta, os famosos bailes com os melhores grupos da época; ou, na década de setenta, os não menos famosos teatro/revistas ensaiadas pela insubstituível Dra. Maria Helena Rama Pinheiro, e cujas criticas (a nível nacional nos grandes jornais da época, como “O Diário de Notícias”) elogiavam o trabalho como muito melhor do que muitas companhias profissionais.
Mesmo em termos sociais o CCR Pena sempre foi pioneiro: a 1.ª televisão que houve na Pena foi no Clube; a biblioteca, embora diminuta, foi primordial no incentivo à leitura dos sócios.
Com o passar do tempo, a antiga sede deixou de ter as condições necessárias para a realização de eventos, nomeadamente em termos de segurança, espaço, energia elétrica, etc. Assim, contando com a ajuda da Junta de Freguesia de Portunhos, que nos cedeu o terreno, da Câmara Municipal de Cantanhede, de alguns fundos comunitários, e, principalmente, de um bom grupo de dirigentes e colaboradores, erigiu-se a sede atual, tendo sido oficialmente inaugurada em 2003.
Paralelamente, as atividades do Clube não pararam, nomeadamente os Concursos de Prova de Vinhos, O Encontro Regional de Gaiteiros e a Mostra Gastronómica, o tradicional Torneio de Futebol de Salão “Grandes Barrigas”, os passeios de interesse vitivinícola, o ensaio e apresentação de várias peças de teatro, participações nas tasquinhas na Expofacic, bailes, concertos…
Sobre o Grupo Cénico do C.S.P.O. – Centro Social e Polivalente de Ourentã
Constituído por cerca de 25 elementos, entre atores, atrizes e demais colaboradores, o Grupo Cénico do C.S.P.O. – Centro Social e Polivalente de Ourentã fez renascer na freguesia uma tradição local que há muitos anos se encontrava sem atividade.
A primeira formação teatral conhecida remonta a 1936, cujas atuações permanecem ainda na memória de alguns dos residentes mais velhos como acontecimentos importantes na dinamização sociocultural da comunidade. Depois de vários períodos de interrupção, o último dos quais de vinte anos, devido a dificuldades no relacionamento entre a direção então eleita e o proprietário do imóvel que servia de sede à coletividade (Centro de Recreio Popular de Ourentã), o teatro voltou a ter expressão em Ourentã em 2003, ano em que um conjunto de entusiastas mobilizou esforços e vontades para criar um grupo cénico no âmbito da valência cultural do Centro Social e Polivalente de Ourentã, que havia sido fundado em 1995.
Para além do objetivo de fazer reviver uma tradição antiga na freguesia, na base da iniciativa esteve também a motivação dos promotores em fazer representar a instituição no Ciclo de Teatro Amador, programa da Câmara Municipal com reconhecido alcance cultural e grande notoriedade em todo o Concelho.
Desde há nove anos que, com carácter regular, o Grupo Cénico do CSPO tem ensaiado e apresentado em palco várias peças de teatro. Depois do afastamento de Laurindo Francisco, em 2005, por motivos de saúde, Abel Ribeiro ficou a coordenar o grupo, cujos elementos têm participado nas ações de formação que a autarquia cantanhedense tem vindo a promover, sob orientação de atores profissionais.
Segundo os seus responsáveis, estas ações têm sido um fator muito importante na valorização técnica e artística dos intervenientes, ao mesmo tempo que têm permitido tirar melhor partido dos recursos e alargar os horizontes do grupo na produção dos espetáculos.
O financiamento da sua atividade é assegurado pelo CSPO, que também gere as receitas provenientes de outros apoios e subsídios, entre os quais o que é atribuído pela Câmara Municipal no âmbito dos ciclos de teatro.
Os ensaios decorrem normalmente na sede do CSPO ou, quando isso não é possível, num dos salões da Junta de Freguesia de Ourentã. O trabalho é desenvolvido ao longo do ano com a regularidade possível, de acordo com a disponibilidade das pessoas envolvidas, muitas vezes com grande sacrifício.
Sobre o Grupo de Teatro Amador de Ançã – “Novo Rumo”
O Grupo de Teatro Amador de Ançã – “Novo Rumo” é um grupo que nasceu da vontade de muitos amantes desta arte cénica, no ano de 1983, a 28 de março. Após um início conturbado, este grupo entrou numa fase de paragem e reflexão.
Em março de 2002, por convite da Junta de Freguesia de Ançã, na pessoa do então Presidente da Junta de Freguesia Dr. Pedro Cardoso, foram convidados todos quantos já haviam participado no referido grupo, no sentido de fazer reiniciar a sua atividade.
Reiniciada a atividade regular, o grupo tem vindo a participar ativamente no Ciclo de Teatro do Concelho de Cantanhede e esporadicamente no Ciclo de Primavera do INATEL, registando enorme acolhimento junto do público que o tem recebido.
O Novo Rumo, apesar de muitos anos de existência, começou do zero. Não existiam peças pertencentes ao grupo, não existia qualquer tipo de material cénico (roupas ou qualquer outro tipo de adereços), não tem um espaço próprio, com disponibilidade e condições de trabalho, para ensaios e apresentações e os fundos são parcos. Apenas existe muito boa vontade, esforço, entusiasmo e paixão de todos os elementos que compõem o grupo.
Porém, porque sempre foi convicção deste grupo que, criando melhores condições de trabalho e apresentação de peças, este entusiasmo poderia ser ainda maior, dinamizando o público mais jovem para este tipo de arte, foi crescendo e adquirindo equipamento que permitisse melhorar cada vez mais o produto final a apresentar ao público.
Neste momento, dispõe de equipamento de som e luz, vocacionado para este trabalho e de excelente qualidade, adquirido com esforço dos elementos, ajuda dos sócios e a comparticipação da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal.
Desde o reinício do Grupo foram já levadas a cena as seguintes peças: Hora de partir, drama; O Gato, comédia; O meu Amor é traiçoeiro, drama; Os trinta botões, comédia; O amor, comédia; Aqui há fantasmas, comédia; O céu da minha rua, farsa; Sonho de uma noite de verão, comédia.
O Grupo de Teatro “Novo Rumo”, num processo de evolução natural, sentiu necessidade de divulgar as artes cénicas e o gosto por esta forma de arte milenar junto de um público mais infantil, por considerar ser este um desafio que apesar de exigente, poderá dar muitos frutos. Por isso, desde 2006 tem vindo a apresentar peças infantis, que pelo seu sucesso nos motiva a fazer mais e melhor! Tem envolvido cerca de 10 crianças por peça e tem sido apresentada localmente, em algumas localidades, escolas do concelho e Hospital Pediátrico de Coimbra, com enorme sucesso. Peças Infantis já apresentadas: Ursinho Guloso – 2007; D. Tão Parlapatão – 2008; Biscoitos de Natal – 2008.
Após um período de interregno, em outubro de 2013, o Grupo de Teatro “Novo Rumo” retomou as suas atividades e participou na 16.ª edição do Ciclo de Teatro Amador, organizado pela Câmara Municipal de Cantanhede, com a peça “Uma Bomba Chamada Etelvina”, uma comédia escrita por Henrique Santana e Ribeirinho.