O XVII Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede continua no próximo fim de semana, com mais quatro espetáculos, desta vez em Cadima, Febres, Sanguinheira e Ourentã. Para sábado, 14 de março, estão agendadas duas estreias, designadamente a do Grupo de Teatro do Centro Cultural e Recreativo (C.C.R) da Pena, que apresenta salão Paroquial da Sanguinheira, às 21h30, “Uma Bomba Chamada Etelvina”, de Henrique Santana e Ribeirinho, e do Grupo Cénico do CSPO – Centro Social e Polivalente de Ourentã, que sobe ao palco da instituição no domingo, 15 de março, às 15h30, com Um Macaco a Fazer Contas e Diabo à Solta.
Antes disso, na noite anterior (sábado), às 21h30, o Grupo de Teatro S. Pedro, de Cantanhede, cumpre a sua jornada de itinerância levando É sórrir! ao salão da Junta de Freguesia de Cadima, enquanto o Grupo de Teatro As Fontes do Zambujal repete a representação d’O Milagre das Rosas da Rainha Santa Isabel no salão Paroquial de Febres, também às 21h30.
A primeira atuação do Grupo de Teatro do C.C.R da Pena decorre no salão paroquial da Sanguinheira, sábado à noite, apresentando ao público Uma Bomba Chamada Etelvina, clássico de Henrique Santana e Ribeirinho, dois prestigiados nomes da comédia portuguesa. A peça desenrola-se em torno de uma mãe conservadora e austera, futura sogra de um tal Eduardo Rodrigues, regressado de Espanha, onde teve uma aventura com uma vocalista de cabaret a quem também prometeu casamento e que aparece subitamente na véspera do enlace com a filha da D. Etelvina.
Igualmente no sábado, à mesma hora, a população de Cadima terá oportunidade de assistir, no salão da Junta de Freguesia, à atuação que o Grupo de Teatro S. Pedro preparou para a edição deste ano do Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede. Trata-se de É sórrir! da autoria de Dulce Sancho, espetáculo constituído por dezenas de quadros do quotidiano, alguns deles musicados, os quais, num registo de grande divertimento, dão expressão à crítica sociopolítica dos conturbados tempos hodiernos.
Ainda no sábado, também às 21h30, o Grupo de Teatro As Fontes do Zambujal repete no salão paroquial de Febres a representação d’O Milagre das Rosas da Rainha Santa Isabel, uma autêntica lição de história a partir da conhecida lenda que atesta a imensa bondade e caridade daquela que foi Rainha e Santa, esposa de D. Dinis, D. Isabel de Aragão.
A jornada do próximo fim de semana do Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede termina no CSPO – Centro Social e Polivalente de Ourentã, cujo grupo cénico leva a cena Um Macaco a Fazer Contas e Diabo à Solta.
Um Macaco a Fazer Contas tem a sua ação centrada nas conturbadas peripécias de um avarento, Caleb, que se vê enredado e vitimado pela própria avareza. Homem muito rico, sem fé, o seu Deus era o dinheiro, Caleb cobrava juros elevados e multiplicados. Mateus, por seu lado, era um honrado e honesto lavrador que teve necessidade de abordar o prestamista para contrair um empréstimo, mas a negociação não corre bem o que gera uma situação que tem um desfecho absolutamente inesperado.
Em Diabo à Solta, um ardiloso estudante sem aproveitamento, Silvestre, conta com a ajuda de seu padrinho, Gaudêncio Piçarra, que confrontado com o insucesso escolar do afilhado, o expulsa de casa. Mas a astúcia de Silvestre e a sua arte de iludir tudo e todos com as suas patranhas e artimanhas acabam por salvá-lo da desgraça que seria a perda de apoio do padrinho….
Sobre o CCRP – Centro Cultural e Recreativo da Pena
A expressiva opinião manifestada por uma das sócias fundadoras sobre o Clube traduz fielmente o espírito fundamental desta coletividade: “Certos sujeitos, talvez mais materialistas, têm uma segunda casa, no campo, na cidade, na praia, na montanha,… para outros, com o espírito mais sociável, a sua segunda casa é o Clube!” E foi com este espírito que se fundou em 1957, o Centro Cultural e Recreativo da Pena, com sede no antigo edifício arrendado no Largo da Cruz. Neste salão tiveram lugar, nos anos sessenta, os famosos bailes com os melhores grupos da época; ou, na década de setenta, os não menos famosos teatro/revistas ensaiadas pela insubstituível Dra. Maria Helena Rama Pinheiro, e cujas criticas (a nível nacional nos grandes jornais da época, como “O Diário de Notícias”) elogiavam o trabalho como muito melhor do que muitas companhias profissionais.
Mesmo em termos sociais o CCR Pena sempre foi pioneiro: a 1.ª televisão que houve na Pena foi no Clube; a biblioteca, embora diminuta, foi primordial no incentivo à leitura dos sócios.
Com o passar do tempo, a antiga sede deixou de ter as condições necessárias para a realização de eventos, nomeadamente em termos de segurança, espaço, energia elétrica, etc. Assim, contando com a ajuda da Junta de Freguesia de Portunhos, que nos cedeu o terreno, da Câmara Municipal de Cantanhede, de alguns fundos comunitários, e, principalmente, de um bom grupo de dirigentes e colaboradores, erigiu-se a sede atual, tendo sido oficialmente inaugurada em 2003.
Paralelamente, as atividades do Clube não pararam, nomeadamente os Concursos de Prova de Vinhos, O Encontro Regional de Gaiteiros e a Mostra Gastronómica, o tradicional Torneio de Futebol de Salão “Grandes Barrigas”, os passeios de interesse vitivinícola, o ensaio e apresentação de várias peças de teatro, participações nas tasquinhas na Expofacic, bailes, concertos…
Sobre o Grupo de Teatro S. Pedro
Nascido do grupo Coral Litúrgico da Paróquia de Cantanhede, em 2005 com a realização dos primeiros ensaios, o Grupo de Teatro S. Pedro juntou o gosto de cantar e o gosto da representação com a dedicação à causa da Igreja local e preparou a sua primeira apresentação para a inauguração do Centro Paroquial S. Pedro, em junho de 2006.
Tratou-se de um musical intitulado “Festa na Aldeia” que contou maioritariamente com elementos do grupo Litúrgico e do Grupo de Jovens de Cantanhede e cujo primeiro objetivo era angariar fundos para o referido Centro. Dada a grande aceitação por parte do público da cidade e do concelho, integrou-se, em 2007, no IX Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede, organizado pela Câmara Municipal.
Em 2008 participou no X Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede com o musical “J.C. Ontem, Hoje e Sempre” que reapresentou na edição anterior com os devidos ajustes. Em 2009, levou a palco “Recordar… e viver…”, no ano seguinte representou “Tributo ao passado” e em 2011 “De malas feitas”. Em 2012, participou no Ciclo de Teatro com a peça “Uma história com fado”, no ano em que o mesmo foi classificado pela UNESCO Património Imaterial da Humanidade.
Fazem parte deste grupo cerca de 25 atores, jovens e adultos e é sua orientadora Maria Dulce Sancho, autora dos textos com o grupo se apresenta, não dispensando todas as colaborações dos elementos do Grupo.
Sobre o Grupo de Teatro As Fontes do Zambujal
O Grupo de Teatro “As Fontes do Zambujal” foi constituído há 17 anos e é composto atualmente por cerca de 20 elementos, maioritariamente das localidades de Zambujal e Fornos. A sua designação é uma referência às quatro fontes de origem romana que existiram no Zambujal, designadamente Fonte de Rodelos, Fonte Má, Fonte Perto e Fonte Seca.
As raízes desta formação teatral podem ser encontradas em 1954, mais precisamente em 27 de maio, data em que foi fundado um agrupamento com o nome “Viva O. R. Zal” (Viva o Rancho do Zambujal). A iniciativa partiu de alguns indivíduos da comunidade que pretendiam desenvolver atividades de lazer para preencher os seus tempos livres, assim como manter vivas a tradição e a autenticidade dos trajes danças e cantares do Zambujal.
Depois de uma interrupção de alguns anos, o Grupo retomou o seu funcionamento em 1992, sob a nova designação de Grupo Folclórico “Os Malmequeres do Zambujal”. Em julho de 1995, passou a integrar a Associação Juvenil do Zambujal e Fornos, mais precisamente a sua secção de folclore e em 1996 filiou-se no INATEL.
É nessa mesma altura que surge o Grupo de Teatro “As Fontes do Zambujal” que inicia um trabalho de produção teatral regular apresentando uma a duas peças anualmente, por altura da quadra natalícia e participando no Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede, desde a sua primeira edição.
Em 1998, faz a sua primeira apresentação fora da terra, mais precisamente nas Franciscas, no âmbito do I Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede, com as peças “Falar Verdade a Mentir” e “O Senhor”. No ano seguinte faz um périplo por várias localidades do Concelho de Cantanhede com as produções “O Céu da Minha Rua” e “Terra Firme”.
A peça que ensaiou e apresentou de seguida, no Natal de 2000, a comédia em três atos “Dois maridos em apuros”, constituiu-se como um grande sucesso perante o público, sendo apresentada igualmente no Ciclo de Teatro de Cantanhede do ano seguinte. Em dezembro de 2001 esta formação teatral apresentou a comédia “O Padre Piedade”, que também apresentou no Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede, em 2002. Nos anos seguintes levou à cena as peças “A Carta Anónima”, a comédia “O processo de Mário Dâmaso”, o drama “As Rosas de Nossa Senhora”, a comédia “Mendonça & Mendonça” e a comédia “O Morgado de Fafe Amoroso”.
Desde o início da sua atividade que cabe a Dinis Fatia a escolha e encenação das peças a serem apresentadas, bem como distribuir os diferentes papéis pelos atores, atendendo sempre às características e capacidades de cada um. É também o autor dos cenários, passando largas horas a pintar as imagens que têm servido de fundo e suporte à atuação dos atores.
Sobre o Grupo Cénico do C.S.P.O. – Centro Social e Polivalente de Ourentã
Constituído por cerca de 25 elementos, entre atores, atrizes e demais colaboradores, o Grupo Cénico do C.S.P.O. – Centro Social e Polivalente de Ourentã fez renascer na freguesia uma tradição local que há muitos anos se encontrava sem atividade.
A primeira formação teatral conhecida remonta a 1936, cujas atuações permanecem ainda na memória de alguns dos residentes mais velhos como acontecimentos importantes na dinamização sociocultural da comunidade. Depois de vários períodos de interrupção, o último dos quais de vinte anos, devido a dificuldades no relacionamento entre a direção então eleita e o proprietário do imóvel que servia de sede à coletividade (Centro de Recreio Popular de Ourentã), o teatro voltou a ter expressão em Ourentã em 2003, ano em que um conjunto de entusiastas mobilizou esforços e vontades para criar um grupo cénico no âmbito da valência cultural do Centro Social e Polivalente de Ourentã, que havia sido fundado em 1995.
Para além do objetivo de fazer reviver uma tradição antiga na freguesia, na base da iniciativa esteve também a motivação dos promotores em fazer representar a instituição no Ciclo de Teatro Amador, programa da Câmara Municipal com reconhecido alcance cultural e grande notoriedade em todo o Concelho.
Desde há nove anos que, com carácter regular, o Grupo Cénico do CSPO tem ensaiado e apresentado em palco várias peças de teatro. Depois do afastamento de Laurindo Francisco, em 2005, por motivos de saúde, Abel Ribeiro ficou a coordenar o grupo, cujos elementos têm participado nas ações de formação que a autarquia cantanhedense tem vindo a promover, sob orientação de atores profissionais.
Segundo os seus responsáveis, estas ações têm sido um fator muito importante na valorização técnica e artística dos intervenientes, ao mesmo tempo que têm permitido tirar melhor partido dos recursos e alargar os horizontes do grupo na produção dos espetáculos.
O financiamento da sua atividade é assegurado pelo CSPO, que também gere as receitas provenientes de outros apoios e subsídios, entre os quais o que é atribuído pela Câmara Municipal no âmbito dos ciclos de teatro.
Os ensaios decorrem normalmente na sede do CSPO ou, quando isso não é possível, num dos salões da Junta de Freguesia de Ourentã. O trabalho é desenvolvido ao longo do ano com a regularidade possível, de acordo com a disponibilidade das pessoas envolvidas, muitas vezes com grande sacrifício.