Presidente da Câmara do Porto acusa a transportadora de “abandonar mais uma vez” o aeroporto Francisco Sá Carneiro.
A TAP vai cortar sete rotas aéreas e 705 mil lugares a partir do Porto.
Segundo o Jornal de Notícias, desaparecem as rotas para Amesterdão, Bruxelas, Barcelona, Madrid, para o aeroporto London City, Milão e Munique. Haverá também menos lugares nas ligações a Genebra, Londres Gatwick, Luxemburgo, Nova Iorque e Zurique.
A companhia aérea só vai disponibilizar mais lugares em viagens para Lisboa, Funchal e Paris.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, acusou o Governo de querer transformar a TAP numa “companhia regional” para servir o ‘hub’ de Lisboa e a transportadora de “abandonar mais uma vez” o aeroporto Francisco Sá Carneiro.
Em declarações à Lusa, Rui Moreira considerou “péssimo para a região” a diminuição de rotas da TAP a partir do Porto, considerando que é “tempo de juntar esforços” e lançou o repto ao PS/Porto para que “puxe dos galões” e diga se é ou não cúmplice da opção da TAP de diminuir a presença no Norte do país.
O autarca salientou que “agora é tempo de juntar esforços” e, referindo que o “interesse público não se esgota em Lisboa”.
Rui Moreira considerou ainda que ao financiar a TAP com quatro mil milhões de euros se está a “criar aqui uma distorção no mercado” porque se está a “subsidiar uma companhia que tenta atrair para Lisboa” rotas que de outra maneira viriam para o Porto.
Há aqui um efeito de dupla indução, por um lado TAP não vem ao Porto, por outro lado está a subsidiar o transporte ao aeroporto de Lisboa, como é evidente, e estamos, portanto, a reduzir a competitividade do nosso aeroporto e a limitar também as companhias aéreas que gostariam de vir ao Porto e que poderiam vir, não fosse essa concorrência desleal”, alertou.
Moreira, além do alerta e do repto para que o Parlamento discuta a questão da TAP, deixou um desejo.
Eu espero também que as pessoas do Norte que percebam que o ‘hub’ Lisboa, da forma que está a ser feito, é altamente prejudicial à nossa economia e que também procurem através disso escolher alternativas e também que façam as suas escolhas”, disse.
SIC Notícias/Lusa