“No Reino Unido as prateleiras vazias dos supermercados dão conta crise que se verifica na cadeia de abastecimento. No cerne do problema está a falta de motoristas de veículos pesados, em parte devido ao Brexit, mas também à pandemia. Os efeitos fazem-se sentir por todo o lado, do comércio local até às grandes cadeias de supermercados. Os peritos afirmam que o pior está para vir a não ser que o governo autorize que mais motoristas estrangeiros trabalhem no Reino Unido” afirma o correspondente da euronews em Londres, Tadgh Enright.
O período estival deveria ser um período de abundância mas nas redes sociais muitos britânicos queixam-se de prateleiras vazias nos supermercados. É claro que não é assim por todo o lado mas as grandes cadeias de supermercados já alertaram para possíveis falhas de abastecimento.
O analista de retalho Bryan Roberts refere alguns dos problemas atuais.
Estima-se que o Reino Unido possa ter menos 100 mil motoristas do que aqueles que necessita.
Uma das principais razões é o Brexit. Os motoristas europeus já não podem vir trabalhar para o Reino Unido facilmente como acontecia no passado.
Muitos também regressaram a casa durante a pandemia e simplesmente não voltaram ao trabalho. Enquanto o país esteve confinado, a formação de novos motoristas foi interrompida.
O governo optou por mudar as regras de forma a permitir aos condutores passaram mais tempo ao volante.
O problema é que condutores cansados representam um risco para a segurança nas estradas.
Temos que encorajar alguns condutores qualificados a regressarem à profissão enquanto media de emergência. E sim, gostariamos de ver motoristas europeus a regressarem a este país. É preciso acrescentá-los à lista de profissões em falta ou dar-lhes vistos de curta duração para poderem trabalhar aqui”, defende Rod Mckenzie, da Associação de Transporte Rodoviário de Mercadorias.
O repórter da euornews acrescenta:
“Ainda não há sinais de que o governo venha a autorizar a entrada de motoristas estrangeiros.
O governo britânico está a aumentar a capacidade de formação de forma a colocar mais motoristas nas estradas. Trata-se de um problema que vai levar tempo a resolver”.
Euronews