Comunicado do Partido Socialista de Mira. Pode lê-lo, na íntegra, abaixo…
O espaço para construir novas sepulturas no Cemitério de Mira está praticamente esgotado. Esta é uma situação há muito conhecida por todos e que o executivo Municipal não tem tido competência, nem rapidez a resolver. Esperamos que esta situação não cause problemas mais graves, no entanto já tem originado diversos constrangimentos, nos últimos anos, às famílias que perderam entes queridos.
Muitas são as limitações colocadas aos cidadãos. Quem frequenta o Cemitério de Mira ou está um pouco mais atento, sabe que nos últimos talhões, as vendas dos terrenos do cemitério aos familiares estão proibidas e não são autorizadas as construções completas em mármore ou outras intervenções mais complexas. A venda destes terrenos, supostamente, só será autorizada depois da construção do “novo cemitério”. Entretanto, várias pessoas que perderam os seus familiares têm pedido para, pelo menos, serem autorizadas a embelezar minimamente aqueles espaços. Estas pequenas intervenções, através de regras apertadas, foram permitidas. Nada mais. Continuando a venda proibida e continuando a ser proibido a colocação de mármores. Embora com dor, estas famílias aceitaram estas regras e limitações.
Contudo, nos últimos dias assistimos a algo inédito. Num talhão onde estão dezenas de pessoas sepultadas, onde ninguém tem autorização para construir uma sepultura, onde as famílias não podem adquirir espaços, onde estas pessoas têm sofrido a dor da perda de quem amam, mas não têm autorização para dar mais dignidade ao espaço onde os seus familiares se encontram sepultados, é então construída uma sepultura nova…uma única! As dúvidas surgem. De quem é esta sepultura? Tem uma autorização especial? Tem mais direitos que as outras famílias? Ou será que ninguém viu a construção?
Construíram num talhão onde não são vendidos terrenos, onde não estão autorizadas construções de novas campas e ainda por cima durante o período de tempo em que estão “suspensas todas as construções de qualquer obra, reconstrução, modificação ou beneficiação no Cemitério de Mira, com o intuito de todos os Munícipes poderem encontrar um clima de silêncio e reflexão que carateriza a época de Finados”, segundo edital de 22 de Setembro assinado por Raul Almeida, por si só, seria grave e um desrespeito por com todas as outras famílias que não tiveram a mesma oportunidade…mas ser uma campa de um familiar do Presidente da Assembleia Municipal é totalmente inacreditável. São coisas que não devem acontecer.
Este é um assunto muito sensível. Respeitamos quem perdeu os seus entes queridos e quem pretendeu chegar “aos finados” com os espaços embelezados, atenuando a sua dor. Mas neste caso será que há cidadãos de primeira e outros de segunda? É que conhecemos dezenas de pessoas que não tiveram a mesma possibilidade e que, certamente, o gostariam de fazer (muito especialmente antes dos Finados).
Pelo exposto, em nome da transparência exigimos um esclarecimento cabal sobre esta situação e igualdade de tratamento para todos os cidadãos.
Partido Socialista de Mira