É mais um caso de vacinação indevida. A autarca argumenta que foi vacinada porque está a fazer voluntariado no Portimão Arena onde está instalado um internamento para doentes com Covid-19.
A presidente da câmara de Portimão já levou as duas doses da vacina contra a Covid-19, a última no dia 29 de janeiro.
“Ofereci-me como voluntária para desenvolver um projeto para pôr em contacto as pessoas que estão no Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA), doentes com Covid , e as suas famílias” a grande maioria de fora do Algarve, explica Isilda Gomes. Questionada se o seu trabalho como voluntária não é apenas em frente a um iPad, sem contacto com doentes Covid, a autarca argumenta que está num espaço fechado, onde se encontra presente o vírus. “Eu fui vacinada como voluntária para fazer um trabalho extraordinário com os doentes e os seus familiares e não como presidente da câmara, é preciso separar as coisas”, alega. Neste caso a autarca garante que a consciência não lhe pesa. “Rigorosamente nada”, enfatiza.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, de visita ao Algarve, afirmou que a Inspeção Geral de Atividades em Saúde (IGAS) vai averiguar os casos de vacinação de pessoas não prioritária que têm surgido pelo país.
Em comunicado, a Comissão Política distrital do PSD do Algarve já se pronunciou e afirma que é um ato “censurável” e praticado com a conivência de agentes públicos, com altas responsabilidades”. De modo sub-reptício, às escondidas, obtêm para si mesmas vantagens indevidas, negando a outros”, adianta o documento. “É ilegal e eticamente injustificável”.
O PSD considera ser “motivo de repúdio” o facto de a vacinação ter merecido concordância da presidente do Conselho de Administração do CHUA, “familiar próxima da visada e recentemente nomeada pelo Governo PS”.
O PSD pede que a autarca assuma as suas responsabilidades e pede a abertura de um inquérito urgente por parte do Governo.
Maria Augusta Casaca