Ex-primeiro ministro assistiu à entrevista do juiz na televisão e não tem dúvidas: quando Carlos Alexandre disse que não tem dinheiro em contas de amigos, estava a referir-se ao processo.
Sócrates não viu a entrevista toda, mas o que viu chegou-lhe para tirar conclusões. Carlos Alexandre fez uma insinuação gravíssima quando se referiu à sua situação financeira para dizer que “não tenho dinheiro em contas de amigos”. Para o principal arguido na Operação Marquês trata-se de uma “insinuação covarde e torpe”.
O ex-primeiro ministro admite que deu entrada no Tribunal da Relação com um pedido de escusa do juiz por considerar que ele faltou aos seus deveres. Vai mais longe e acusa Carlos Alexandre de ter feito um juízo de culpabilidade, algo que a lei o proíbe de fazer.
Sócrates acusa Marcelo de parcialidade por ter visitado DCIAP
O principal arguido na Operação Marquês vê um sinal claro na ida do Presidente às instalações do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e não poupa críticas a Marcelo por isso.
Numa entrevista exclusiva à TSF, José Sócrates considera que Marcelo Rebelo de Sousa deveria ter tido outro cuidado, cuidado com o cidadão e não com as instituições.
“Fez um sinal político, que não me escapou. O sr. Presidente da República decidiu, do ponto de vista simbólico, digamos assim, visitar o DCIAP para sinalizar que está do lado de uma instituição, contra o indivíduo.”
No início deste mês, setembro, Marcelo Rebelo de Sousa esteve no DCIAP, onde quis “ouvir, ver as condições de trabalho” e dar apoio ao departamento que investiga o crime mais complexo e violento.
“O sr. Presidente da Republica foi eleito pelos cidadãos, não pelas instituições”, disse José Sócrates à TSF, reclamando outra sensibilidade da parte de Marcelo.
TSF