Todos os enfermeiros do Serviço de Urgência Pediátrica do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho já pediram escusa de responsabilidade, realçando que não estão asseguradas todas as condições de segurança para trabalharem e que a margem de erro é aumentada de forma significativa pela sobrecarga dos profissionais em atividade.
O Sindicato dos Enfermeiros (SE) afirma que o atendimento e a prestação de cuidados de enfermagem estão em risco de rutura no serviço de urgência pediátrica do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho. Em causa está a falta de enfermeiros, refere o sindicato, no comunicado enviado à TSF.
Pedro Costa, dirigente sindical, descreve uma situação de “sobrecarga de turnos por um número limitado de profissionais” em que fica em risco “a segurança dos doentes e a qualidade na prestação de cuidados de enfermagem”, e dá o exemplo de, entre 8 e 22 de janeiro, metade dos enfermeiros terem estado de baixa, infetados com o coronavírus SARS-CoV-2. “A situação tem vindo a degradar-se e atingiu em janeiro dimensões preocupantes, face ao elevado número de enfermeiros de baixa ou com horários limitados”, aclara o comunicado.
A somar-se a esta escassez de mão de obra está o aumento da procura da urgência, acrescenta o sindicato.
“Dos 21 enfermeiros adstritos a este serviço, dois têm horário flexível com horário de amamentação, outro tem horário de parentalidade com isenção de noites e dois enfermeiros têm mais de 50 anos e, por isso, estão isentos de realização de trabalho noturno”, explica o presidente do SE. Há ainda três enfermeiros de baixa há mais de dois meses”.
De acordo com a Ordem dos Enfermeiros, cada um dos três turnos ser assegurado por um mínimo de quatro enfermeiros, mas “isso só acontece porque há colegas que fazem cada vez mais horas extra”. O sindicato diz haver uma necessidade urgente de oito enfermeiros, para serem atingidos “os níveis mínimos de funcionamento deste serviço”.
Pedro Costa esclarece que os turnos têm sido assegurados em horas extra, “o que resulta numa sobrecarga da equipa, deixando os colegas exaustos e completamente desmotivados”.
“Este é mais um caso em que as administrações hospitalares estão de mãos atadas”, sustenta o SE. “Por mais boa vontade que exista da parte da administração, os pedidos de novas contratações esbarram sempre nos gabinetes do Ministério da Saúde.”
Todos os enfermeiros do serviço de urgência pediátrica do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho pediram escusa das responsabilidades, vincando que “não estão asseguradas todas as condições de segurança”.
TSF