O sismo que atingiu ontem a Venezuela assustou residentes portugueses que chegaram a temer que “o pior” poderia acontecer, optando por sair para as ruas por segurança.
“Aqui todos nos assustámos. Eu estava na varanda a tratar de dois papagaios, quando eles começaram a fazer ruídos e a tentar sair da gaiola”, explicou uma portuguesa à Agência Lusa.
Maria Freitas, 65 anos e residente em Los Cedros (leste de Caracas) explicou que vive no primeiro andar de um edifício e que quando abriu a porta já os vizinhos estavam nas escadas.
“Sentei-me e liguei a televisão, nesse instante as luzes do teto começaram a mexer e a televisão abanou. Senti que os abanos eram cada vez mais fortes e três grandes vibrações, enquanto as portas batiam. Chamei a minha mulher e fomos para as escadas para a rua”, disse o comerciante João Severim, de 67 anos, residente no centro de Caracas.
“Graças a Deus que já passou e todos estamos bem”, sublinhou.
O venezuelano Yefferson Linares, produtor audiovisual, explicou que estava a trabalhar no escritório, quando o edifício começou a tremer.
“Pensei que estava estonteado, que tinha problemas de tensão arterial, mas depois percebi que estava a tremer e chamei todos para saírem do edifício, porque lá fora estaríamos mais seguros”, disse, precisando que o escritório fica num segundo andar.
O sismo – que segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) foi de 7,3 graus na escala de Magnitude de Momento e de 6,3 graus segundo a Fundação Venezuelana de Investigações Sismológicas – dificultou momentaneamente as comunicações móveis.
Fontes não oficiais dão conta de que vários edifícios de Caracas, principalmente da zona de Los Palos Grandes, ficaram com fendas devido ao sismo.
Vários edifícios de escritórios, principalmente do leste da capital venezuelana, foram evacuados, como medida de prevenção perante a possibilidade de ocorrerem réplicas.
Vários estabelecimentos comerciais da La Castellana (leste de Caracas) encerraram as portas após o sismo.
Até ao momento não foram divulgadas informações sobre danos materiais ou pessoais.
O centro de alerta de ‘tsunamis’ do Pacífico emitiu um aviso na sequência do sismo, que foi, entretanto, cancelado.
Segundo o USGS, o epicentro do sismo situou-se 20 quilómetros a nor-noroeste de Yaguaraparo, leste da Venezuela, a uma profundidade de 123,2 quilómetros e foi sentido também em Bogotá, capital da Colômbia.
Lusa