“Sinto-me enganada.” Rosa Mota recusa ter o seu nome associado a marca de cervejas

A atleta está indignada com o facto de o pavilhão em sua honra no Palácio de Cristal, no Porto, ir também receber o nome do patrocinador das obras no espaço, a marca de cervejas Super Bock. A Câmara do Porto responde que o nome de Rosa Mota “nunca esteve tão protegido”.

Rosa Mota não aceita que pavilhão com o seu nome no Palácio de Cristal, no Porto, esteja associado a uma marca de cervejas. O espaço – que reabre esta segunda-feira, depois de ter estado em obras – vai passar a chamar-se Super Bock Arena Pavilhão Rosa Mota. Como forma de protesto, a atleta decidiu não marcar presença na cerimónia de reabertura.

Numa carta dirigida à Câmara Municipal do Porto, à qual a TSF teve acesso, Rosa Mota diz sentir-se enganada e alega que o seu nome foi subalternizado para ser dado destaque a uma marca de bebidas alcoólicas.

“Quando recebi o convite do senhor presidente da Câmara para a reabertura do Pavilhão, e no qual está escrito “Super Bock Arena Pavilhão Rosa Mota” senti-me definitiva e claramente enganada”, afirmou Rosa Mota, que estava convencida de que o nome do espaço seria “Pavilhão Rosa Mota – Super Bock Arena”.

“Comunico a todos os vereadores, em primeira mão, que não dou a minha anuência a algo que parece estar definitivamente estabelecido e que não foi o que foi acordado”, declarou atleta na carta a que a TSF teve acesso.

Em reação à polémica, a Câmara Municipal do Porto emitiu um comunicado afirmando que o nome da atleta vai ficar, pela primeira vez, inscrito sobre a entrada principal do pavilhão e também em vários locais do seu interior, sendo apenas acrescentado o branding da empresa concessionária.

“O executivo de Rui Moreira, quando há seis anos tomou posse, (…) encontrou um pavilhão em pré-ruína e praticamente inutilizado pela degradação e falta de manutenção. Embora batizado com o nome da atleta, não tinha qualquer inscrição do seu nome nem na fachada em nenhum local visível. Nunca teve, aliás. Foi então lançado um concurso público internacional que permitiu concessioná-lo e devolve-lo ao uso da cidade, como centro de congresso e pavilhão Multiusos”, lê-se no comunicado da autarquia.

“O investimento foi totalmente suportado por privados (…) que encontraram a forma de financiamento adequada. Pediram, esses mesmos privados, para mudar o nome ao equipamento (…). Nesse processo, ficou assegurado que ninguém poderia retirar o nome da atleta da designação formal, mas que também no uso comercial o seu nome teria sempre que estar presente. Estes dados foram fornecidos à atleta, que com eles concordou e se congratulou há mais de um ano”, defendeu a autarquia.

A Câmara Municipal do Porto considera que o nome de Rosa Mota “está mais do que nunca protegido” e diz não compreender “que alguém se possa considerar mais respeitado dando nome a um edifício em pré-ruína e sem uso, do que num moderno centro de congressos onde a sua designação está claramente inscrita”.

A TSF sabe que esta polémica caiu mal em Belém e que o Presidente da República, que fora convidado para a reabertura do Pavilhão, decidiu não estar presente na cerimónia de inauguração. Oficialmente, a Presidência da República justifica a ausência de Marcelo Rebelo de Sousa com a necessidade de fazer exames médicos.

TSF