Empresa de aviação é acusada de pressão “ilegal” ao anunciar despedimentos.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil alertou que à greve dos tripulantes da Ryanair marcada a partir de 21 de Agosto poderão somar-se outras.
Em comunicado, o sindicato lembra que na origem desta greve estão “as reiteradas ilegalidades cometidas pela companhia área irlandesa” no cumprimento do previsto na legislação laboral portuguesa, e admite endurecer a luta.
“Por estas razões já foram realizados três períodos de greve e será efetuado mais um a partir do próximo dia 21 de Agosto, pelo que iremos realizar mais períodos se a Ryanair continuar a não cumprir a lei”, refere o comunicado.
O pré-aviso entregue na quinta-feira contempla uma paralisação entre dos dias 21 e 25 de Agosto. Os serviços mínimos desta nova greve vão ser definidos numa reunião que está marcada para o dia 6 de Agosto, terça-feira, na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).
Entre as “ilegalidades” apontadas pelo SNPVAC está a falta de pagamento dos subsídios de férias e de Natal, a não atribuição de 22 dias úteis de férias por ano, o não cumprimento integral da lei da parentalidade portuguesa ou a não integração do quadro de efetivos de todos os tripulantes de cabine com mais de dois anos de serviço sem perda de retribuição ou antiguidade.
Para o SPNVAC, o Governo nada tem feito para “proteger e salvaguardar” os direitos constitucionais e trabalhadores da Ryanair, deixando-os “à mercê de uma empresa estrangeira”.
Pegando nas declaração do ministro dos Negócios Estrangeiros na semana passada a propósito da lei das incompatibilidades, quando Augusto santos Silva afirmou “que seria um absurdo [fazer] uma interpretação literal da lei”, o SNPVAC afirma que, daqui pode “presumir que, para o Governo, a Ryanair também terá o mesmo direito de fazer uma interpretação livre e não literal” da Constituição e do Código do Trabalho.
No mesmo documento, o sindicato acusa o presidente executivo (CEO) da Ryanar, Michael O’Leary, de tentativa “de pressão ilegal e inaceitável sobre os tripulantes” da empresa, com o objetivo de os “dissuadir” de exigirem aquilo “a que têm direito”, ao anunciar um despedimento coletivo.
Lusa