Como era expectável, o Concelho de Vagos entrou no nível “Muito Elevado”. O Presidente da Câmara, Silvério Regalado, em entrevista exclusiva ao Jornal Mira Online, dá conta da sua “preocupação” com o atual momento, mas confessa-se com a “convicção” que tudo está a ser feito a pensar em “melhores dias”…
Com natural “apreensão”, o edil vaguense deixa a mensagem de que “mesmo a saber que a prevalência da variante Delta é muito mais contagiosa que a anterior” a Câmara a que preside e todas as instituições ligadas à área da saúde no Concelho de Vagos, têm a percepção de que nada está fora do controlo”.
“Sim, são noventa e dois casos, sendo que, a grande maioria está situda nas faixas etárias mais baixas… mas, não podemos deixar de notar que – felizmente – não há nenhum caso grave e nenhum internamento recente. Isso é um fator tranquilizador, em meio a esta pandemia que não tem dado sossego a ninguém, desde o início de 2020” afirma o autarca que, entretanto, garante “que só estaremos realmente tranquilos quando tudo isso acabar”.
Silvério Regalado confirma existirem, atualmente, “cadeias de transmissão importadas e do próprio Concelho” e lamenta, acima de tudo que “as medidas restritivas que tomamos há uma semana atrás, quando tivemos alguns sinais de que os números poderiam crescer novamente, não chegaram a tempo de evitar a propagação do vírus”. Mesmo cancelando eventos públicos que estavam aprazados para esta altura, o que foi conseguido, foi “evitar-se que os números fossem ainda maior”. Por isso, o autarca afirma ser necessário, “como sempre foi, respeitar as diretrizes emanadas pela DGS e pelo Governo. Respeitar o distanciamento, evitar aglomerações, utilizar a máscara… tudo isso faz parte da etiqueta social que cada um de nós deve cumprir, a fim de que, a sociedade como um todo, saia beneficiada”.
Questionado sobre o impacto na economia local e nas contas da autarquia, o Presidente da Câmara Municipal de Vagos, não fugiu à questão, deixando claro que o impacto não é pequeno… mas, é “indiscutível que as ações que temos tomado desde a primeira hora, estão a surtir efeito, felizmente”.
“Há um ano implantamos um “voucher” que visou – e continua a visar – contribuir para que os cidadãos comprem no comércio vaguense. São quatro mil euros mensais, mais de cem mil euros até ao momento, que já foram injetados na economia local, por conta deste projeto”. Quando a reportagem questiona sobre se os vouchers foram uma aposta ganha, Silvério Reagalado responde prontamente que sim: “Sem dúvidas, esta tem sido uma aposta ganhadora, tanto é, que ela foi alargada até Outubro, devido ao forte impacto que teve tanto junto dos clientes como dos lojistas locais!”.
Mas, esta não foi a única medida tomada até ao momento. Sendo certo que “obviamente tudo isso tem um grande impacto no parco Orçamento de uma Câmara Municipal como a nossa”, ainda assim, ele e o seu Executivo tomaram decisões como a isenção de taxas como a da utilização das esplanadas, no intuito de facilitar a utilização dos espaços pela clientela… sempre com a certeza do benefício de clientes e comerciantes. Outras medidas poderão estar na calha por agora, para que o impacto desta quarta vaga seja mais restrito e menos doloroso “para quem tem portas abertas e precisa mantê-las assim…”
Como disse o senhor Presidente da República,”há mais vida para além da pandemia” e o Governo não pode esquecer-se deste pormenor…
Silvério Regalado, entretanto, faz um reparo à maneira como a pandemia está a ser gerida neste atual momento. “Penso que a forma como o nosso Governo está a gerir isso tudo, agora, está um pouco distante da realidade” diz.
“Num momento em que a vacinação avança de forma acelerada, é preciso que o Estado tome medidas que vão ao encontro da evolução da própria vacinação”, justifica o autarca que considera que “as vacinas vieram dar um novo alento, mostraram-nos que existe a luz no fim do túnel. Compete-nos, como cidadãos, habituarmo-nos com o que se passa e evoluirmos na mesma medida… com cuidados sempre necessários, mas retomando a “normalidade possível” o mais brevemente possível!”
Para o autarca, “os restaurantes, os hotéis, o comércio em geral, precisam continuar a sua laboração, precisam trabalhar… sempre ressalvando a necessidade imperiosa de respeitarmos todas as normas que procuram minimizar e acabar com esta pandemia, é preciso que o Governo não se esqueça da velha máxima que diz que “ou morre-se da doença, ou morre-se da cura” e seria extremamente cruel que isso acontecesse…”
Jornal Mira Online