Este domingo, dia 11 de Março, o Seixo recebeu o primeiro classificado Maiorca que vinha de uma série de 14 jogos sem perder.
Apesar da tempestade Félix e do seu alerta laranja o Fojo apresentava-se jogável e os homens da Figueira aproveitaram para sair a jogar pelo chão desde a sua defesa como tão bem sabem. Só que desta vez encontraram uma equipa sem pressa, sem avidez ofensiva, sem as mariquices inerentes de querer fazer tudo bem com o coração, para agradar aos seus indefetíveis adeptos.
O Seixo, mais matreiro e sem pressão de jogar para o resultado optou por jogar pelo saber, pela experiência, pelo savantismo de quem tem jogadores com muitos anos de bola nas pernas. Os homens do norte do concelho optaram por trocar a bola com tranquilidade o que foi baralhando uma equipa habituada ao primeiro lugar, mas desabituada a encontrar pela frente quem não se lhes amedronta, e confiantes de que o golo iria surgir mais cedo ou mais tarde. Com oportunidades para os dois lados, o resultado ao intervalo era um empate a zero.
No início da segunda parte, numa bola parada o Seixo chegou ao golo por João Pedro num segundo remate de insistência dentro da área. A partir daí e com o Lavos a morder-lhes os calcanhares na classificação, o Maiorca acordou para o mundo mas encontrou um muro de jogadores batidos que se entreajudaram e mantiveram o resultado até ao final, falhando ainda uma oportunidade por Diogo Palmela, com a segurança de Ruben na baliza, um miúdo de 18 anos que já sabe muito disto.
Vitória do saber, sem festejos espetacularmente efusivos. Calmos.
Ruben – Se Svilar tivesse tido umas aulas com ele…
Jhonny Ribeiro – Mais faltoso do que o costume, ultrapassando a sua média de zero faltas por jogo foi fechando o lado direito da defesa como pôde.
Rui Pedro – Encerrou o cadeado da esquerda da defesa, engoliu a chave e ainda foi dar assistência ao ataque.
Orlando – Se os irmãos Wachowski revolucionaram o mundo dos efeitos especiais com Matrix, Orlando revolucionou o mundo dos cortes em posições inusitadas. Aos 70 minutos, depois de se enterrar numa cova arenosa do Fojo foi a tempo de fazer um corte de pé esquerdo numa posição ainda não encontrada no Kamasutra. Aliás nos treinos há sempre este exercício: enterrar até ao joelho e emergir num salto cortando a bola.
Jonathan – Está para os defesas centrais como o Krakatoa da Indonésia para o mundo dos vulcões. Varre tudo numa mistura de explosões de força, lava, pedra pomes e algum pau.
António Domingues (Zorro) – César Augusto disse um dia: a seguir a mim, virá um grande imperador no meio campo.
Anderson – Carrega o piano, o sofá, o frigorífico, fica de plantão para que ninguém roube no transporte e ainda dá opiniões sobre como deve ser a próxima mobília. Sabe muito.
Artur – Com uma terra tão católica só falta ter um exorcista. Um bispo já sabido vindo de Roma. Como no filme de 1973, espantou todos os demónios e reduziu o Maiorca a uma menina de 14 anos perturbada e cujo único problema é que pensa que é gorda mas pesa 45 kgs.
David Natário – Como a cidade da Guarda: forte, farta, fria, fiel e … formosa não sabemos, porque dizem que o futebol é um mundo de heterossexuais. Saiu lesionado antes do intervalo.
Vitor Janicas – O chato. Fez o defesa direito do Maiorca parecer um trapo que se usa para limpar o óleo das oficinas.
Tiago Rocha – Com recursos intermináveis para baralhar toda uma defesa, deixou esse sector do Maiorca mais minado que as estradas do Paris Dakar.. O antigo, não o da Argentina.
João Pedro – Supera Jonas no rácio golos/minutos. Raçudo.
Luís Daniel – Confiante como a Assunção Cristas no congresso do PP só não marcou, mas Assunção também ainda não chegou a primeiro ministro. Importante no aguentar do resultado.
Diogo Palmela – Marca sempre encontro à hora certa com a bola certa para fazer golo, mas o GR do Maiorca conseguiu evitar.
Luís Natário – Só o aquecer deixa o Maiorca a pensar: ainda vêm aí mais?
Guilherme – Aos 17 anos há quem sonhe fazer parte duma equipa sénior. Guilherme usufrui disso semanalmente.
Treinador: Fernando Teixeira – Low profile, dando a confiança indispensável.
JR